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E-Commerce

Foto: Freepik

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A Black Friday 2025 promete ser a maior da história do e-commerce brasileiro. Segundo projeção da Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (ABIACOM), o evento deve movimentar R$ 13,34 bilhões, um crescimento de 14,7% em relação a 2024. A expectativa é de 16,5 milhões de pedidos e um ticket médio de R$ 808,50, o que confirma o vigor do varejo digital no país.

Mas, por trás dos números, há uma engrenagem complexa que será colocada à prova: a logística. Para cada pedido confirmado, há uma série de processos que precisam rodar em sincronia — emissão fiscal, separação de estoque, transporte, roteirização e entrega dentro do prazo. E é justamente aí que mora o desafio.

“Durante a Black Friday, logística é sinônimo de reputação. Quem não se prepara para o pico de demanda compromete o SLA e perde clientes”, afirma Ewerton Caburon, CEO da Emiteaí, empresa de Blumenau reconhecida pela Exame entre as empresas que mais crescem no país.

A operação por trás das vitrines virtuais

Com a expectativa de milhões de pedidos em poucos dias, o sistema logístico precisa funcionar como um organismo vivo. Qualquer falha — seja no estoque, na emissão fiscal ou na rota de entrega — pode gerar gargalos em cadeia.

Caburon explica que, durante a Black Friday, o principal erro das empresas é tentar improvisar com o trem já em movimento. “Planejar é o único caminho. A Black Friday não é o momento de testar sistemas ou processos novos. É o momento de executar o que já está maduro, automatizado e integrado. Cada segundo perdido na emissão de um documento ou na atualização de estoque pode se transformar em atraso e prejuízo”, afirma.

O especialista lembra que as empresas precisam garantir que seus sistemas fiscais e operacionais estejam preparados para o aumento no volume de emissão de CT-es, MDF-es e notas fiscais eletrônicas. “Se o sistema não aguentar a carga, o caminhão não sai. E se o caminhão não sai, o pedido não chega”, completa.

Automação como diferencial competitivo

A alta competitividade da Black Friday também expõe uma mudança cultural no setor: logística não é mais custo, é diferencial de marca.

“O consumidor não está apenas atrás do menor preço. Ele quer previsibilidade, rastreio em tempo real e entrega rápida. A experiência logística virou parte da percepção de valor do produto. Por isso, as empresas que automatizam emissão fiscal, controle de frete e integração com transportadoras saem na frente”, explica Caburon.

Segundo ele, a automação permite que transportadoras e embarcadores mantenham controle total sobre o fluxo de informações — da emissão do documento à entrega —, reduzindo erros humanos e garantindo conformidade fiscal.

Crescimento do e-commerce e pressão sobre a cadeia logística

O aumento previsto de 15% nas vendas deve ampliar a pressão sobre transportadoras, operadores logísticos e centros de distribuição. Dados da ABIACOM indicam que os setores mais aquecidos serão eletrônicos, moda, beleza, brinquedos e eletrodomésticos — justamente os que demandam maior agilidade e cuidado com a entrega.

Para o CEO da Emiteaí, a profissionalização da cadeia logística será o divisor de águas entre as empresas que crescem e as que travam.

“O Brasil vive um momento de transformação digital da logística. O volume cresce, os prazos encurtam e o consumidor está cada vez mais exigente. Nesse contexto, quem domina automação fiscal e gestão integrada ganha escala e consistência. A Black Friday é o teste real dessa maturidade”, afirma Caburon.

Um setor em evolução constante

Com a previsão de movimentar R$ 13,3 bilhões em vendas online, a Black Friday 2025 deve consolidar o e-commerce como motor de crescimento do varejo nacional. Mas também reforça uma verdade que o setor já aprendeu na prática: não existe experiência de compra bem-sucedida sem logística eficiente.

“A Black Friday é um marco de desempenho, mas também um espelho. Ela mostra quem está preparado e quem ainda opera no improviso. E, na logística, improviso custa caro”, conclui Caburon.