na reconstrução de suas moradias. No início da semana passada, 32 famílias perderam a moradia e bens em um incêndio.
"É gratificante poder contribuir com as pessoas necessitadas", declara o aluno soldado Auro Sérgio, 24 anos. Há pouco mais de um mês na Corporação, teve a primeira experiência no cenário de um incêndio. "Na profissão, vamos nos deparar muitas vezes com essa realidade", analisa. Na avaliação da aluna soldado Christiane Cavalcante, 23, além dos bens destruídos com o fogo as pessoas afetadas perderam sua própria identidade e dignidade, com a destruição de todos os documentos e objetos pessoais. "A solidariedade faz parte da consciência cidadã e nos ajuda a enxergar a necessidade do próximo", reflete, acrescentando que a vivência de comunidade faz com que "os outros se sintam amparados e ajudados".
A comunidade ficou grata com a ação realizada. O presidente da associação, Casemiro Cordeiro de Jesus, destacou que além da mão-de-obra dos jovens alunos soldados, o trabalho de orientação à comunidade, realizado informalmente, foi muito importante. "Não
esperávamos algo assim", diz.
Junto com a vontade de ajudar, o grupo levou madeira doada pelo Naturatins, lona, prego e arame cedidos pela Setas Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social. Como os moradores optaram com construir suas moradias nas próprias parcelas (seus lotes no
assentamento), uma casa modelo foi construída. Nos lotes que não havia acesso de caminhão, os alunos retiraram a madeira da natureza para levantar a estrutura.
Ao final, as famílias afetadas receberam utensílios domésticos novos encaminhados pela Setas, escovas de dente e roupas que foram doados por cidadãos palmenses. As mulheres da comunidade contaram com a ajuda voluntária de Lígia e das alunas para fazer o almoço coletivo.
Despertar
A ação surgiu durante uma aula de Direito Administrativo, ministrada pela professora Yanna Barbosa, capitão da Polícia Militar, que abordava questões sobre a construção de uma cidade. O incêndio ocorrido no assentamento sensibilizou os alunos, que decidiram doar o dia de folga à comunidade. A Escola de Formação de Bombeiros abraçou a causa, com o apoio da Corporação e de alguns voluntários do Corpo de Bombeiros.
Realidade
O projeto de assentamento Padre Josimo é dividido em duas vilas, devido ao número de pessoas, 162 famílias. No Padre Josimo I, onde ocorreu o incêndio, residem 103 famílias, das quais 32 foram afetadas. O grupo, formado por pessoas oriundas de Palmas e Porto
Nacional, passou dois anos em um acampamento no município de Oliveira de Fátima. Há três anos, foram pré-assentados pelo Incra no local e receberam o título definitivo da terra no mês de julho. De acordo com a Assessoria de Comunicação do Incra, a situação
do assentamento já está legalizada e a aplicação do crédito habitação para a construção das casas de alvenaria inicia nesta semana. As casas serão construídas com recursos da linha infra-estrutura do Pronaf Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar. Os agricultores também receberão recursos para o custeio.
As crianças freqüentam aula nas cidades de Nova Rosalândia e Oliveira de Fátima, onde também recebem atendimento de saúde. A população das cidades vizinhas se mobilizou e enviou redes, roupas e calçados. As famílias já recebem mensalmente cestas básicas do
Incra e o Governo do Estado enviou alimentos, roupas e cobertores após o acidente.
Entre as necessidades imediatas estão: tirar a 2ª via de todos os documentos pessoais, água potável e vasilhas grandes para seu armazenamento, filtro para água, produtos de higiene pessoal, material didático, móveis, colchões e utilidades domésticas.
No assentamento existem quatro pessoas com deficiência mental, sendo duas também cadeirantes. No incêndio, Eilane, de quatro anos, perdeu o carrinho de bebê onde passava o dia. Três jovens senhoras estão grávidas e João Cunha necessita de tratamento com médico
cardiologista com urgência.
Assessoria de Comunicação do Corpo de Bombeiros Militar