Quatro dias de descobertas em meio à natureza quase que intocada pelo homem, em contato com rios, cachoeiras, fauna e flora. Foi o que se propôs uma turma de 19 turistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e dois estrangeiros, um português e o jornalista italiano Paolo Baldi, do jornal Bresciaoggi.
A localização se dá no coração do Brasil. Região conhecida por rios de águas cristalinas, praias, deserto, vegetação do cerrado, pelas jóias de capim dourado e por nome Jalapão. O italiano, jornalista Paolo Baldi, pela primeira vez no Brasil, veio especialmente conhecer este atrativo, que pretende divulgar no veículo de comunicação em que trabalha.
O contato para vinda do jornalista é um dos resultados da participação dos operadores de turismo do Tocantins em missões internacionais na Noruega, Inglaterra e Estados Unidos, apoiados pela Adtur - Agência de Desenvolvimento Turístico do Tocantins.
A partida da viagem acontece em Palmas, mais é no município de Ponte Alta, a 187 km da capital tocantinense, conhecido como o portal de entrada do Jalapão, que os turistas entram no clima de safári ecológico seguindo em direção a serra geral e afastando-se dos locais mais povoados.
No caminho a extensão da vegetação do cerrado e a primeira parada com o início das descobertas do que são os “Encantos do Jalapão”. No Canyon de Susuapara as poucas gotículas de água que caem do imenso paredão rochoso refrescam os turistas, em seu primeiro contato com as belezas da região, ainda sem imaginar as que estão por vir.
A viagem segue totalizando 300 km de Palmas ao Jalapão, onde a turma chega ao aconchegante acampamento da operadora de turismo, Korubo Expedições. No local as tendas montadas na beira do Rio Novo, em meio a árvores e canto dos pássaros, e de onde em companhia dos guias o grupo segue pelos roteiros programados pela operadora, em que à cada dia se tem uma atividade diferente que envolve desde crianças à turma da melhor idade.
A canoagem no Rio Novo foi um dos desafios que a viagem proporcionou à aposentada Iracema Palmer, 69 anos. Acompanhada pela, filha, genro e dois netos, só descobriram a surpresa da ida ao Jalapão preparada pelo chefe da família, Roberto Palmer no dia da partida. O que não alterou o resultado foi de extrema satisfação.
“Está é uma viajem especial. O passeio de canoagem foi uma surpresa muito agradável, porque apesar de parecer uma coisa de jovens é uma atividade para todas as idades e a paisagem na descida do rio e as paradas para os banhos complementam o passeio” enfatiza dona Iracema.
Próximo ao município de Mateiros, o quesito oásis jalaponeses são reforçados com o desafio da densidade da areia nas duas nascentes de água da região chamadas de fervedouro. Elas formam uma espécie de piscina que não permite que os banhistas afundem. A sensação de ser empurrado pela areia e ficar flutuando é algo que impressiona a todos.
A região, que também se compõe com cachoeiras como a do Formiga, uma pequena queda fascinante aos olhos que qualquer pessoa por sua água cristalina em tom esverdeado que permite ver o fundo deste recanto natural.
Empolgada, a designer Marilene Orlov de americana (SP) comenta sobre o lugar. “É tudo muito lindo, essa água parece ter sido pintada e ao mesmo tempo é tão natural, no meio das árvores a gente se encanta”.
Mais nem só de águas se formam os encantos do Jalapão. As atrações são diversas. Em meio às árvores retorcidas do cerrado, em que se escondem aves e outros animais, também é possível encontrar plantas próprias da região como a Jalapa, que gerou o nome Jalapão, e a delicadeza de algumas flores com suas formas, cores e tamanhos distintos.
No meio destas mesmas árvores é possível entrar por uma trilha e de repente se deparar com um belo lago e, mais adiante, com uma imensidão de areia que formam as dunas do Jalapão. Ladeada por um riacho que corre tranqüilamente à sua beira, as dunas tem uma coloração alaranjada que reflete ainda mais aquele deserto com os raios no pôr do sol.
Tamanha surpresa em encontrar as dunas deixou a paulista Elisa Shimao, 32 anos, impressionada. “Nunca tinha visto coisa igual, fiquei muito emocionada de ver toda essa beleza” disse. Assim também ficaram o administrador Guilherme Cesário e o garoto Enrico Cesário. “A vista para esses chapadões de areia não há coisa igual” concordaram.
Tão agradável quanto às dunas, a vista do mirante da Serra do Espírito Santo, é a recompensa pelos 500 metros de subida. Para os amantes da natureza, a indescritível visão do vale que parece ilimitado do alto da serra e suas diversas variedades de plantas do cerrado enchem os olhos tanto quanto a vista da erosão provocada naturalmente pela ação do vento e das chuvas que parecem esculpir a serra, formando um maravilhoso canyon.
Um espetáculo à parte é a visita à Cachoeira da Velha, a maior do Jalapão, com 20 metros de largura. Alimentada pelo Rio Novo, a força da água provoca uma leve garoa nas proximidades do local, deixando o clima agradável.
Pouco mais abaixo da cachoeira uma prainha, local excelente para relaxar em harmonia com a natureza.
Outro grande atrativo do Jalapão é o conhecido ouro do Tocantins. Os turistas conheceram o capim dourado, planta encontrada somente nesta região na plantação, podendo colher alguns dos fios que são utilizados na confecção de artesanatos, como bolsas, chapéus, pulseiras, brincos, bandejas e outros itens.
Na associação dos artesãos de Mateiros, todos puderam comprar peças, como a advogada Eunice Rodrigues, que aproveitou a oportunidade para comprar presentes para parentes e amigos. “As peças são muito criativas, o trabalho é muito bem feito, uma ótima opção de presente mesmo”.
Maravilhados com tantas belezas os turistas se despendem com espírito de renovação como foi o caso da professora de dança Kika Sampaio, 53 anos. “O Jalapão era um sonho antigo meu. Acredito que se realmente existe os 100 lugares que a gente deve conhecer antes de morrer, o Jalapão é um desses. Estou saindo desse lugar outra pessoa. Encantada e feliz” afirmou.
Também encantado com tantas belezas o jornalista Paolo descreveu o Jalapão apenas como “Um lugar belíssimo, incomparável a outros lugares do mundo, com uma diversidade enorme. Maravilhoso!”.
Fonte: Secom