A realização das eleições gerais com cinco disputas acontecendo simultaneamente (deputado estadual, deputado federa, senador, governador e presidente da República) tem tudo para ampliar as vendas do comércio do Tocantins e, em especial, da capital. Ao todo, são 300 postulante aos cargos e, muitos deles, não vão medir esforços para conquistar o voto do palmense.
Nesse sentido, os candidatos, tanto nas disputas majoritárias (governador, presidente e senador), quanto na proporcional (deputados estaduais e federais), contratam serviços, cabos eleitorais, alugam comitês, além de fazerem outros investimentos necessários para a realização de uma campanha.
No Tocantins, sem contar com os candidatos a presidente da República e os proporcionais, a estimativa de gastos máximos oficial registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pelos políticos na campanha eleitoral soma mais de R$ 50 milhões.Segundo o economista Peterson Dias, que é membro do Conselho Regional de Economia do Tocantins, as eleições provocam um “efeito multiplicador”, que acaba beneficiando, e muito, o setor de comércio e serviços.
Ele ressalta que, durante a disputa, um maior número de pessoas passa a contar com uma renda bem mais elevada e esses recursos são aplicados no comércio.
Além disso, o especialista ressalta que o volume de dinheiro investido pelos candidatos na eleição é grande e se concentra em um período curto de tempo – cerca de três meses de campanha. “Até mesmo as pessoas que mexem com as bandeiras, que não são as que recebem mais, fazem circular dinheiro muito rápido”, pondera o economista, ao destacar que alguns dos pagamentos feitos aos cabos eleitores são diários.
Dias salienta, também, que durante as eleições algumas pessoas que estavam “paradas” ganham uma atividade geradora de renda e esses recursos reforçam a economia.Como setores mais favorecidos com a campanha eleitoral, o economista relacionou as agências de publicidade e seus profissionais, o comércio em geral e os postos de combustíveis. Para ele, a disputa eleitoral é um momento das empresas desses ramos trabalharem para aumentar o faturamento.
Dias lembra, porém, que o empresário precisa estar atento, porque algumas vezes eles podem ser vítimas de “calotes” por parte dos candidatos. “Em suma, as eleições são positivas para o comércio. Tem que ficar atento para não ficar no prejuízo, mas em geral é um bom período para aumentar os negócios”, frisa o economista.CDLPresidente da CDL-Palmas (Câmara de Dirigente Lojista de Palmas), Sílvio Cunha também tem uma linha de raciocínio semelhante a de Dias.
Segundo Cunha, os candidatos fazem fortes investimentos para a campanha contratando pessoal especializado e cabos eleitorais e estas pessoas gastam o recurso extra no comércio.O presidente salienta que quem é favorecido com o recurso extra por trabalhar na campanha eleitoral geralmente investe o montante em novas aquisições que, se não fosse a renda a mais, não teria condições de realizar.
O líder lojista destaca, ainda, que alguns também optam por quitar suas dívidas, o que acaba sendo duplamente positivo para o comércio. Isso porque além do estabelecimento credor receber, o devedor limpa seu nome e passa a estar novamente habilitado a fazer compras à prazo.“Com certeza as eleições trazem ganho para a economia”, resume Cunha.
Negócio
Para o antropólogo Marcio Martins Santos, do jeito que ocorre a disputa por votos hoje no Brasil, as eleições podem ser consideradas um “negócio”, ainda mais se forem levados em conta “o volume de recursos investidos” por parte dos políticos.
No entanto, o antropólogo lembra que, embora seja um negócio que envolva muito dinheiro, a disputa eleitoral tem um período curto, pois se restringe basicamente aos três meses que antecedem a votação.Mesmo assim, ele não tem qualquer dúvida ao afirmar que, durante a campanha eleitoral, há um giro de recursos significativo na economia que favorece o comércio.
Para ele, as agências de propaganda e marketing e seus profissionais (publicitários, jornalistas, artes finalistas e outros) são os mais beneficiados com a campanha eleitoral.Entretanto, o antropólogo sustenta que até mesmo as pessoas contratadas por um salário mínimo para fazer campanha representam um acréscimo muito importante para economia. “Mesmo que os valores não sejam grandes, são muito representativos, já que dificilmente esta pessoa, mesmo que trabalhe normalmente, tem renda mensal muito maior que um salário.
Desta forma, o dinheiro da campanha é uma outra renda”, explica o antropólogo.Por fim, Marcio Santos comenta que quem recebe dinheiro extra da campanha fatalmente vai aplicar esse recurso no comércio, seja comprando um televisor, uma geladeira, um fogão, um veículo ou mesmo quitando dívidas.
Fonte: Assessoria de Imprensa/ CDL