Na véspera de sua participação no Fórum Permanente sobre Questões Indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o ministro do Esporte, George Hilton, reuniu-se nesta quinta-feira (23.04) com a diretora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para América Latina e Caribe, Jessica Faieta. Ao lado do diretor do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, Marcos Terena, o ministro apresentou informações sobre os preparativos dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que serão realizados em Palmas (TO), no mês de outubro. O evento inédito terá organização do Ministério do Esporte, da prefeitura de Palmas e do Comitê Intertribal, em parceria com o PNUD.
“O governo brasileiro trabalhou em conjunto com o PNUD em eventos como a conferência Rio+20. Vamos repetir a experiência, contando novamente com a capacidade e a excelência das Nações Unidas e utilizando o esporte como indutor para avanços na discussão dos direitos dos povos indígenas”, afirmou George Hilton, que apresentará oficialmente os Jogos Mundiais nesta sexta-feira (24.04), às 13h15 (horário de Nova York), durante o Fórum Permanente, na sede da ONU. O ministro adiantou à Jessica Faieta que será publicada nos próximos dias portaria criando um grupo interministerial do governo federal para tratar da organização dos Jogos.
George Hilton lembrou que o Brasil vive um ciclo virtuoso de grandes eventos esportivos, iniciado com o Pan de 2007, passando pelos Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa do Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 e a Universíade de 2019. “Os povos indígenas se inserem nesse cenário do esporte como agregador dos povos e fator de inclusão social, paz e desenvolvimento.”
A diretora do PNUD destacou que o trabalho com comunidades indígenas é um dos pilares da atuação do órgão na América Latina: “Estamos orgulhosos da parceria com o Brasil. Os Jogos Mundiais Indígenas vão além da competição esportiva. Temas caros para o PNUD, como inclusão social e preservação ambiental, fazem parte da construção do evento."
Marcos Terena, que idealizou os Jogos ao lado do irmão, Carlos, destacou três temas que estarão em pauta no evento de outubro, além da disputa de modalidades esportivas: agricultura familiar, direitos das mulheres e mudanças climáticas. “Trabalhamos juntos com o PNUD desde a ECO-92 e estabelecemos uma relação de confiança. Sabemos que essa parceria garantirá um evento forte, importante para que o indígena seja forte no mundo inteiro”, disse Terena, que já realizou, sempre com apoio do Ministério do Esporte, 12 edições brasileiras dos Jogos dos Povos Indígenas.
Com o lema “Em 2015, somos todos indígenas”, os Jogos Mundiais reunirão mais de dois mil atletas de aproximadamente 40 países. Somente do Brasil, serão 24 etnias. O programa de competição inclui desde modalidades indígenas tradicionais, como corrida de tora, cabo de força, arco e flecha e xikunahati (futebol de cabeça), até esportes olímpicos, como natação, atletismo e futebol.
Também participaram da reunião na sede do PNUD o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Carlos Geraldo, e o diretor executivo dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, Luiz Lobo, que apresentou um vídeo com imagens dos últimos Jogos Indígenas Nacionais, realizados em Cuiabá, em 2013.