Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Datafolha revela que metade da população das grandes cidades brasileiras acredita que "bandido bom é bandido morto". O levantamento foi realizado no final de julho e o Instituto ouviu 1.307 pessoas com mais de 16 anos de idade, em 84 cidades com mais de 100 mil habitantes.
A pesquisa foi encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ong que reúne especialistas em violência urbana no País. Para a pergunta se bandido bom é bandido morto, 50% disseram concordar, 45% discordaram e o restante não soube responder ou não concorda nem discorda.
Considerando a margem de erro da pesquisa - de 3 pontos percentuais para mais ou para menos -, homens e mulheres pensam da mesma forma sobre o tema, assim como ricos e pobres.
De acordo com o Folha de S. Paulo, o resultado da pesquisa reforça a sensação de especialistas da área de que a sociedade é tolerante com a matança de suspeitos por policiais militares e policiais civis.
O Folha ouviu o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, Martim Sampaio, e segundo ele, quem defende o argumento de morte aos bandidos coloca na mão da polícia o poder de julgar e aplicar a pena capital, por exemplo. De acordo com o presidente, como a sociedade não vê uma saída concreta para a violência, ela passa a achar que o único jeito de acabar com ela é por meio do extermínio físico do criminoso, tendo como seu agente a polícia.