Depois de percorrer 25 municípios com a Caravana da Juventude na Escola, a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) prepara a Caravana da Juventude nas Comunidades Indígenas. Nesta última terça-feira, 12, a equipe da Superintendência Estadual da Juventude e parceiros do projeto apresentaram ao governador Marcelo Miranda os detalhes da ação que integra o Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do suicídio.
“O resultado que temos visto da Caravana da Juventude é que as políticas de juventude estão caminhando bem no Tocantins. Apostamos muito nesse projeto que agora chega aos jovens indígenas como o objetivo salvar vidas, de resgatar a autoestima das pessoas. A caravana está levando para todos os rincões do nosso Estado o debate de alto nível, ouvindo os jovens, envolvendo a população, os gestores municipais, profissionais da saúde e da educação nas discussões que fazem parte do universo jovem”, frisou Marcelo Miranda.
A meta da Caravana da Juventude nas Comunidades Indígenas, segundo o superintendente estadual da Juventude, Ricardo Ribeirinha, é atender cerca de 1.500 jovens. “A caravana tem sido um sucesso, nas escolas, nas praias e agora trabalhando com as comunidades indígenas não será diferente. Aproveitamos o setembro Amarelo para levar as políticas de juventude para os jovens das nossas aldeias, com ações eficientes de combate ao suicídio. Graças às parcerias com o Exército e o Ministério da Saúde, por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena, vamos montar uma estrutura para oferece atendimentos diversos a esses jovens em situação de vulnerabilidade”, enfatizou.
Parceiros
Para a chefe da divisão de saúde, do Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins (Dsei/TO), Maviolene Gonçalves, as parcerias são imprescindíveis para o atendimento às comunidades indígenas. “Ficamos muito felizes em poder fazer parte dessa iniciativa, especialmente nesse mês de setembro, em que todos os esforços estão voltados para a questão do combate ao suicídio. O que queremos é mostrar a necessidade de falar desse assunto, de poder tratar das questões que motivam essa atitude, visando evitar as tentativas de suicídio e o óbito. Acreditamos que essa soma de forças, com certeza fará da Caravana da Juventude nas Comunidades Indígenas um sucesso”, disse.
O titular da Secretaria de Estado da Administração (Secad), Geferson Barros, pasta parceira na parte logística da Caravana da Juventude, destacou o alcance que o projeto tem atingido no Estado. “Temos acompanhado as ações da caravana e vimos uma mostra, recentemente, no Bico do Papagaio, da grande mobilização que vem sendo feita e elogiada pelos prefeitos, pelos profissionais da educação e pela juventude”, destacou.
De acordo com o comandante do 22ª Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro, Tenente Coronel, Athos Roberto Souza, “é uma satisfação para o Exército poder cooperar com essas atividades que sem a união de esforços não seria possível. Estamos empenhados nessa contribuição proporcionando a logística para que os atendimentos possam fluir da melhor maneira possível”, ressaltou.
Programação
A primeira ação da Caravana da Juventude nas Comunidades Indígenas acontece nos dias 14 e 15 na aldeia indígena Canuanã, em Formoso do Araguaia. No dia 21 a caravana chega à aldeia Boto Velho, na região da Lagoa da Confusão e no dia 28, à aldeia Barreira Branca, no município de Sandolândia.
Serão realizadas ações de caráter psicossocial-educacional-preventivo. Com o tema Ação em Defesa da Vida dos Povos Indígenas, serão instaladas tendas onde serão oferecidos atendimentos nas áreas de nutrição; saúde mental; artesanato e pintura; meio ambiente; cidadania e justiça; bolsa família; saúde bucal; e enfermagem.
Haverá sessão de cinema com pipoca, além de atividades infantis, sociais e esportivas. Serão ofertados também serviços de corte de cabelo, manicure e pedicure, além de atividades esportivas.
Setembro Amarelo
O setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil, no mundo, e suas formas de prevenção.
Dados do Mapa da Violência 2014, do Ministério da Saúde, expõem que enquanto a média do Brasil é de 5,3 suicídios por 100 mil habitantes não indígenas, a incidência entre os indígenas atinge uma média de nove suicídios para cada 100 mil habitantes, podendo chegar, em alguns municípios da Região Norte, a 30 suicídios por 100 mil habitantes. Um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que o suicídio entre jovens indígenas ocorre em um contexto de discriminação, marginalização, colonização traumática e perda das formas tradicionais de vida, que forjam um sentimento de isolamento social.