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Esportes

Foto: Marcio Vieira

Para se fazer uma análise dos Jogos Escolares da Juventude é necessário, inicialmente, fazer um regresso à infância. É preciso pensar para além das competições esportivas, e lembrar do que é feito o esporte em sua essência e como as crianças começam a se interessar pelo que hoje vemos nas quadras, pistas, piscinas, arenas e tatames.

Antes de ser uma forma de competição, o esporte é uma congregação entre pessoas. Se hoje os adultos veem os esportes com o rancoroso olhar de rivalidade, as crianças ainda o enxergam como aquele momento gostoso com os amigos, em um campinho.

Partindo desse ponto de vista, é possível fazer uma análise do que realmente representa a participação dos atletas tocantinenses em um evento esportivo do porte dos Jogos Escolares da Juventude. Esse espírito esportivo está presente nos sorrisos da conquista, como nas nove medalhas que o Badminton levou para o Tocantins, ou como as duas pratas conquistadas nas pistas de Ciclismo. Também está presente no choro de decepção pela derrota, tão dolorosa.

Mas o importante é focar nos pontos positivos. No quesito participação, 2019 foi o melhor ano para a delegação do Tocantins. Ao todo, 11 medalhas brilharam no peito dos atletas, uma de ouro, seis de prata e quatro de bronze. Brilho que refletiu a alegria pelo momento de glória no esporte.

“Estes talvez tenham sido os dias mais felizes da minha vida como técnico desses meninos”, emocionava-se Adaziel Medrado, que treina a equipe de Badminton, ao fim do segundo bloco de competição, da qual a modalidade fez parte.

“Estou muito feliz”, foi a frase mais falada pelos atletas que participaram e venceram os Jogos. As palavras estiveram presentes nas falas das duplas mistas 12 a 14 anos do Badminton – formadas por Thiago Lima e Juliana Coutinho, e Rodrigo Gomes e Aline Silva – ouro e prata, respectivamente. Também serviu para descrever o sentimento de Yana Camargo, tri-medalhista dos Jogos Escolares em 2018, ao conquistar a prata em 2019.

 A expressão também descreve o desempenho de Paulo Henrique Oliveira no Salto em Distância, quinto colocado com gostinho de pódio. Oliveira com o colega de delegação, João Lucas, correu muito nos 200m rasos e ficou na quarta colocação, a quase premiação que mistura os sentimentos de alegria e decepção.

Mesmo caso da Ginástica Rítmica em que a equipe tocantinense conquistou um inédito quinto lugar geral. Individualmente, a ginasta Serenna Rangel bateu na trave para chegar ao pódio. “Essa foi a melhor colocação da nossa equipe na Ginástica Rítmica. A Serenna não pegou bronze por 0,3”, celebrou a técnica da equipe, Janayna Murta.  

Felicidade também ficou estampada naqueles que chegam pela primeira vez e vivenciam a experiência de conviver com atletas de todo o Brasil e de países distantes como o Japão e Angola. O Centro de Convivência testemunhou esses encontros que ficaram marcados nos cordões das credenciais dos atletas em forma de bottons, e pelas pulseirinhas coloridas representando os aros olímpicos.

“Essa foi a nossa melhor participação nos Jogos Escolares da Juventude. Tenho certeza que nossos atletas puderam aproveitar ao máximo, tanto as competições como esses momentos de troca de experiências, no convívio com pessoas de todo o Brasil. Foi realmente enriquecedor para todos”, descreveu o chefe da delegação tocantinense, Clay Marinangelo Miranda Rios.

Depois de 21 dias, 10 modalidades e centenas de horas convivendo com o esporte, a certeza que fica é, ganhando ou perdendo, a experiência vivida pelos cerca de 80 atletas que partiram do Tocantins rumo a Blumenau para a etapa nacional dos Jogos, vai ficar sempre na memória dessas crianças.