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Polí­tica

Foto: Divulgação

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A maioria do eleitorado da Amazônia acredita que o melhor perfil de candidato ou candidata à presidência da República deve ser uma pessoa que defenda e conheça profundamente os temas da região. Este é o resultado da pesquisa de opinião encomendada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

Para 58,2% dos eleitores dos nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), o conhecimento sobre a região e a defesa da floresta são fatores que influenciam a escolha do futuro presidente. A pesquisa também mostra a insatisfação do eleitorado com a governança da Amazônia: 75,4% não confiam nos políticos em se tratando de Amazônia e meio ambiente. E 56,5% dos entrevistados consideram que a região amazônica não recebe a devida importância nos debates.

Questionados sobre os assuntos mais relevantes para o debate político nas eleições de 2022 em uma escala de 0 a 10, os entrevistados elencaram a saúde (9,3), a educação (9,2), a segurança (8,8), o combate à corrupção (8,8) entre os os primeiros lugares. O meio ambiente apareceu na sétima posição (8,3). Quando relacionado com outros temas, o meio ambiente apresentou maior correlação com a segurança, a mobilidade urbana e a educação.

Nas cidades do interior da Amazônia, mais próximas à floresta, os entrevistados acham mais importantes os temas sobre a Amazônia na hora de decidir o voto em comparação com a população ouvida nas capitais da região. Mesmo aqueles que não consideram o conhecimento sobre a região uma questão importante também afirmaram que os políticos se apropriam de assuntos relevantes, como a conservação da floresta, sem a intenção de concretizar promessas.

Para os jovens, a Amazônia é o “coração do mundo”. Neste contexto, os eleitores de 16 a 24 anos são, dentre todos, os que mais consideram necessário que os candidatos apresentem propostas e projetos consistentes para proteger e explorar a floresta de forma legal e sustentável.

Sobre a pesquisa de opinião

O levantamento foi realizado pelo Action Instituto de Pesquisa, a pedido da FAS e com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), no âmbito do projeto “Amazônia nas Eleições 2022”. Entre os meses de maio e junho, foram ouvidas 2.824 pessoas entre entrevistas quantitativas e qualitativas nos nove estados.

Sensação de pertencimento

Quase todos os participantes da pesquisa demonstraram grande sensação de pertencimento e sentimento de orgulho por viverem na região amazônica. Deste modo, para a maioria dos entrevistados, é um privilégio viver próximo às riquezas naturais.

Também foi pedido aos participantes que resumissem o que pensam sobre a Amazônia com uma palavra. A palavra com maior frequência nas respostas foi “preservar”. “Cuidar”, “Amor, “Bom lugar” também estiveram entre os destaques. No panorama geral, a Amazônia apareceu relacionada aos sentimentos e proteção e como sinônimo de “vida”. Ao mesmo tempo, outros termos emergiram com o sentido de preocupação quanto à destruição do território como “desmatamento”, “exploração” e “descaso”.

No interior dos estados, o sentimento é ainda mais intenso e promove o bem-estar e a emoção de simplesmente falar sobre a Amazônia. Portanto, o desejo dos moradores de proteger a floresta é expressivo.

Conservação da floresta entre os principais temas desejados nos debates

A pesquisa também abordou os temas que os amazônidas consideram prioritários nos debates dos presidenciáveis. Para 84,5% dos entrevistados, a conservação da Amazônia precisa fazer parte de um plano de governo. Além da conservação, os entrevistados também mencionaram: combate ao desmatamento, diminuição das queimadas, desenvolvimento sustentável, combate ao garimpo ilegal, aumento das áreas de conservação na floresta, poluição de rios e igarapés, recursos aos povos indígenas e aos ribeirinhos, conservação de terras indígenas, combate à exploração ilegal de madeira, bioeconomia, ecoturismo, fiscalização de recursos naturais e a importância de fazer o Pólo Industrial de Manaus (PIM) se envolver na conservação da floresta por meio da bioeconomia.

69,4% concordam que é possível gerar renda e emprego na Amazônia sem desmatamento e 59,0% acreditam que a Amazônia conservada gerará progresso para a região. 61,8% ainda afirmam ser possível gerar emprego e renda em unidades de conservação (UCs) e terras indígenas (TIs).

O superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, ressalta que a pesquisa revela de forma inédita que a população amazônida está alinhada com a conservação das florestas, o desenvolvimento socioeconômico da região e a proteção de direitos dos povos indígenas.

“Em todas as faixas etárias, de renda e escolaridade existe uma visão de que o desmatamento é algo ruim, que as queimadas fazem mal à saúde e que o garimpo ilegal é fonte de problemas para quem mora na Amazônia. Tudo isso é importante para o debate nacional e para as eleições”.

Visão socioambiental

Ainda segundo a pesquisa, 91,0% concordaram com a afirmativa de que as árvores nas ruas e praças podem diminuir o calor. Além disso, 88,8% concordaram que conservar a floresta faz bem para a qualidade de vida da população de toda a região amazônica. Para 87,4% as escolas deveriam ensinar mais sobre a região e 79,5% afirmaram que os povos que vivem na floresta precisam ter seus direitos e vidas respeitados.

Para mais informações e acesso à pesquisa completa, entre em contato com nossa assessoria de imprensa: