Mesmo com um clima atípico para o mês de setembro, o Desfile Cívico de 7 de Setembro de Araguaína, em celebração ao Dia da Independência do Brasil, levou cerca de três mil espectadores para a Avenida Via Lago. A temperatura mais amena, inclusive, foi um motivador para muitos dos participantes, como o jovem Kauan Moraes Figueiredo, de 14 anos, do Clube Desbravadores de Araguaína, que disse que preferiu desfilar embaixo de chuva do que no calor do período de seca tocantinense.
A primeira vez de Kauan na parada cívica foi ainda mais especial porque eles e os colegas do clube puderam conciliar os ensinamentos do Igreja Adventista do Sétimo Dia, da qual os Desbravadores de Araguaína fazem parte, com o civismo da data.
“Eu gostei bastante, é muito bom poder celebrar a nossa independência com meus colegas. Eu acho que o patriotismo, unido ao amor de Cristo, faz com que a gente se torne uma pessoa de valor para podermos crescer na vida”, contou Kauan.
Agradecimento especial
Durante a passagem do pelotão da Guarda Municipal de Araguaína, o prefeito Wagner Rodrigues agradeceu o empenho de todos que trabalharam para a realização do desfile, principalmente ao público presente, que usou guarda-chuvas e até barracas improvisadas para continuar assistindo os pelotões.
“Hoje é um dia importante para nós celebrarmos o civismo e o patriotismo, um dia que a gente olha para o verde e amarelo e tem mais orgulho ainda de ser brasileiro. Parabéns a todos que estiveram envolvidos na organização, os participantes e o público, que mesmo debaixo de chuva, permaneceu aqui, assistindo, aplaudindo os pelotões. Isso sim é patriotismo”.
Movimento pela Paz
Neste ano, o Desfile de 7 de Setembro trouxe o tema “Unidos na Construção da Paz” e todos os 14 pelotões participantes exibiram mensagens de respeito, amor ao próximo, empatia, entre outros valores necessários para construção da paz. A secretária da Educação de Araguaína, Elizângela Moura, ressaltou que, durante toda a primeira semana do mês, as escolas municipais trabalharam o tema da paz e patriotismo com os alunos.
“E o desfile é esse momento final em que resgatamos as questões da cidadania e do respeito à pátria. Reforçamos junto aos alunos a necessidade de se colocar no lugar do outro. Lembramos que a paz passa por mim para poder chegar no coletivo e a educação tem essa grande função social além da escolarização, que é preparar nossas crianças para a vida”, disse a secretária.
Valores fundamentais
Cerca de 1.300 participantes compuseram os pelotões que desfilaram pela Via Lago. Grande parte foi composta pelos 485 alunos de 37 escolas municipais, que vestiram branco e exibiram faixas e cartazes com mensagens como “A paz é a única batalha que vale a pena lutar”, contra o racismo, contra a discriminação e valores como honestidade, companheirismo, respeito, cumplicidade, diálogo, compaixão, proteção, paciência, inclusão, harmonia, empatia, entre tantos outros.
Os pelotões também levaram coreografias, apresentação de caratê, mudas de plantas para ressaltar a sustentabilidade e diversas fanfarras, como as das escolas municipais José Ferreira Barros, Manoel Lira, do Colégio Santa Cruz, que celebrou os 60 anos de fundação durante o desfile, da Reciclarte (Escola de Artes Raimundo Paulino de Araguaína), que chamou atenção do público com instrumentos feitos de materiais recicláveis, entre outras bandas marciais.
O desfile ainda contou com a participação da UMA (Universidade da Maturidade), CAPS III (Centro de Atenção Psicossocial), Ordem Demolay, Ordem da Cavalaria, Bombeiros Civis, Templários do Norte Moto Clube, Clube Desbravadores de Araguaína, Escolas Militares, Guarda Municipal de Araguaína, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Bombeiros Mirins, Polícia Penal, Instituto Federal do Tocantins, entre outros.
Momentos especiais
Para a servidora pública Margareth José de Oliveira, o desfile deste ano foi especialmente marcante, mesmo que ela já tenha perdido a conta de quantas vezes assistiu ao 7 de Setembro. Essa foi a primeira vez que a filha desfilou pelo colégio militar. “Para mim é muito emocionante e satisfatório ver minha filha desfilando, porque a independência representa muito para nós, brasileiros”.
A passagem dos pelotões militares também foi um momento de grande alegria para o pequeno Davi, de cinco anos, que fez questão de assistir ao desfile vestido de policial. A mãe, Maria Clara Silva, conta que traz o filho para a parada cívica desde que ele tinha um ano e, assim que começou andar, Davi criou uma admiração pela Polícia Militar.
“Ele pede para se vestir com o uniforme e eu incentivo. Ele nunca desfilou, mas ficou falando o tempo todo que queria estar lá, desfilando junto da polícia”, disse, orgulhosa, Maria.