Na terça-feira (20), a Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa) promoveu um painel sobre o “Levantamento de Custo de Produção de Algodão, safra 23/24”. O evento, realizado na sede da associação em Luís Eduardo Magalhães, reuniu associados interessados em contribuir para o levantamento de dados primários do campo, referentes a custos de produção de algodão produzido em regime sequeiro e irrigado.
A iniciativa faz parte de um projeto conjunto, entre Abapa, a Associação Maranhense dos Produtores de Algodão (Amapa) e Associação Piauiense dos Produtores de Algodão (Apipa), que visa levantar a estrutura da propriedade típica de cada região (área total, inventário, número de funcionários etc.), o sistema de produção, o nível de adoção tecnológica, a forma de comercialização da produção e as fontes disponíveis para financiamento da atividade. O resultado do trabalho será apresentado em forma de Custo Operacional e Total para cada atividade e na fazenda como um todo, destacando o sistema de produção típico, a sustentabilidade econômica da propriedade no médio e longo prazo e o custo oportunidade de cada atividade.
“Os dados e informações resultantes deste trabalho contribuirão para as ações de defesa do interesse dos associados, ao trabalharmos a formulação de políticas públicas, por exemplo. Importante destacar a parceria entre as associações com o Cepea, um renomado centro de pesquisa da Esalq que garantirá toda a credibilidade ao estudo”, destacou o diretor executivo da associação de cotonicultores, Gustavo Prado.
O painel foi conduzido pelo Dr. Renato Garcia, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP). Os resultados serão apresentados em um relatório comparativo de custos de produção dos estados da Bahia, Maranhão e Piauí. “A reunião foi muito produtiva, com uma conversa dinâmica entre os associados da Abapa, que nos forneceram toda a base inicial para este estudo comparativo. A sustentabilidade econômica da cotonicultura é a demanda central do projeto. Agora, também estamos incorporando a análise da produção irrigada, o que amplia nossa compreensão da realidade nos três estados, ” explicou Renato Garcia.
O encontro também ofereceu aos produtores a oportunidade de adquirir novas informações para melhorar a gestão de suas produções, incluindo a análise de custos, além de promover a troca de experiências entre os participantes. “Esse é um momento importante para entendermos melhor os custos operacionais nas fazendas, avaliar a viabilidade do nosso negócio e desenvolver estratégias para o próximo ano. Colocando diversos dados na mesa, podemos ter uma visão mais ampla do que realmente impacta os custos na fazenda e identificar as práticas mais viáveis, garantindo um negócio mais seguro e uma safra mais lucrativa, ” destacou o produtor Raul Jacobsen.
O engenheiro agrônomo Ricardo Normanha, da Fazenda Tapera Grande, também ressaltou a importância do painel. “Essa troca de informações é fundamental para o desenvolvimento do nosso trabalho. O painel nos permitiu contato com produtores de diferentes regiões e manejos, proporcionando ajustes que podem melhorar nossa rentabilidade a cada safra". (Nádia Brescovici/Araticum)