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Cultura

Foto: @coniiin/Divulgação ONErpm

Foto: @coniiin/Divulgação ONErpm

Se um dia a fome já foi literal e um lembrete constante da necessidade de superação e de vitória, hoje ela se manifesta de forma metafísica na vida de Djonga. É a expressão do desejo de ir além. É a vontade voraz de nutrir a alma de tudo que transcende o trivial e o ordinário. É dessa fome que nasce o oitavo álbum do artista mineiro. “Quanto Mais eu Como, Mais Fome eu Sinto!” estará disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm. 

“Quanto Mais eu Como, Mais Fome eu Sinto!” é um retrato da atualidade, uma narrativa perspicaz e acurada das realidades social e antropológica contemporâneas. Djonga toma posse de seu papel como historiador e discorre com propriedade, inteligência e respeito sobre as mais diversas questões da atualidade. Nas 12 faixas do álbum é possível acompanhar o artista visitando lugares de dor, de desconforto, de depressão e de escassez, bem como de resiliência, de ressignificação de dores ancestrais, de amor, de vitória e de prosperidade.

A lírica é afiada e a escolha dos timbres, ritmos e sonoridades faz jus ao importante (e crescente) espaço que o rap ocupa na música popular brasileira: um lugar de riqueza, inteligência, empoderamento e diversidade cultural. Djonga surpreende com uma colaboração da lenda viva da música, Milton Nascimento, que traz sua genialidade para “Demoro a Dormir”, faixa que fala sobre sonhos, frustrações e expectativas e nos presenteia com um refrão melódico marcante. A potência mineira segue sendo representada por Samuel Rosa, que versa ao lado de Djonga em “Te espero lá”, uma música que fala de forma forte e literal sobre a fome, ao mesmo tempo que apresenta uma pegada mais leve em que o hip hop flerta com o pop. 

Em “Ponto de Vista”, Djonga convida RT Mallone, rapper mineiro ganhador do “Nova Cena”, reality show da Netflix, para rimar sobre a perspectiva de um jovem periférico que conquistou seu lugar de destaque na sociedade. Por fim, a força da voz feminina de Dora Morelenbaum fecha o álbum na provocativa “Ainda", convidando o ouvinte a refletir sobre caminhos e escolhas.

A feitura musical é um lugar especial e de perceptível zelo no trabalho. Coyote Beatz Rapaz do Dread, parceiros de longa data de Djonga, trazem suas assinaturas sonoras para a produção dos beats, arranjos e samples, com destaque para o sample de “Último Romance”, da banda Los Hermanos, em “Melhor Que Ontem". Coral infantil, instrumentos orgânicos e sintetizadores dão o tom de toda a musicalidade produzida cuidadosamente por Coyote e por Rapaz do Dread e mixada e masterizada por Arthur Luna, engenheiro de som ganhador de 3 Grammys que assume o papel de co-produtor do álbum ao lado de Djonga.

“Quanto Mais eu Como, Mais Fome eu Sinto!” traz à tona o Djonga velho conhecido do público: amado por muitos, odiado por outros, temido por alguns, mas sempre alguém que não se preocupa em agradar e que não tem nenhum medo de pôr o dedo nas feridas. 

“Quanto Mais eu Como, Mais Fome eu Sinto!”,  já está disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm.

Sobre Djonga

Nascido Gustavo Pereira Marques em 1994 na cidade de Belo Horizonte, no sudeste do país, filho de um funcionário público, ele cresceu no bairro pobre de São Lucas, onde ele saía com as crianças que corriam de moto depois da escola. Ele cresceu ouvindo samba e funk, que eram uma parte importante da cultura afro-brasileira de onde ele veio, junto com o rock brasileiro, e só entrou no hip-hop mais tarde na adolescência, quando foi apresentado a ele por uma namorada. A música o ajudou a aprender a autoaceitação, e ele a viu como um meio para efetuar mudanças sociais. Depois de gravar seu álbum de estreia de 2017, "Heresia", ele planejou dá-lo de graça, mas amigos o persuadiram a vender cópias por cinco reais (cerca de um dólar americano). O álbum vendeu bem e o convenceu de que ele poderia fazer carreira na música. Os álbuns “O Menino Que Queria Ser Deus” e “Ladrão” seguiram em 2018 e 2019, respectivamente, enviando mensagens poderosas representando os despossuídos. Eloquente e pensativo, ele combinou sua carreira com um curso universitário de história, embora tenha desistido pouco antes de se formar. Ele lançou todos os álbuns em 13 de março em uma homenagem complicada ao seu time de futebol, o Atlético Mineiro: o emblema do clube é um galo, que tem o número 13 no jogo ilegal de apostas Jogo do Bicho. (ONErpm)