O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, atualizou nesta sexta-feira, 25, por meio de coletiva online à imprensa, sobre os casos de sarampo investigados no município de Campos Lindos/TO. "Já estamos confirmando nove casos e vamos manter permanentemente junto com a Secretaria Estadual boletins que vão atualizando esta situação", disse.
Padilha destacou que a realidade no Tocantins é específica, de pessoas que fazem parte de uma comunidade restrita e que resiste à vacinação. "Comunidade restrita e que inclusive resiste à vacinação, que resiste à procura que as nossas equipes fazem de forma rotineira de vacinação [...]. Nessa comunidade pessoas de deslocaram para a Bolívia, voltam para essa comunidade, voltam com sarampo. Ao todo são nove casos envolvendo pessoas da comunidade e uma profissional da saúde, nove casos que são confirmados por nós e estamos continuando a investigação de outros possíveis casos suspeitos", afirmou.
O ministro confirmou que há equipe do MS em apoio permanente à Saúde do Tocantins para fazer todas as ações de bloqueio da doença.
Com a confirmação desses casos, o Brasil soma 14 registros da doença este ano. Os outros ocorreram no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal.
Chamamento para vacinação
Alexandre Padilha reclamou que, infelizmente, as campanhas contra as vacinas têm impactado diretamente na incidência dos casos, e fez chamamento aos moradores de Campos Lindos. "Quero chamar toda a população de Campos Lindos para que a gente possa fazer essa vacinação de forma completa, forte. [...] O público-alvo é de seis meses a 59 anos".
O ministro fez pedido especial aos pais. "Quero fazer um pedido especial aos pais. Os pais têm que se lembrar que eles estão vivos hoje, não tiveram paralisia infantil, não tiveram doenças graves como a meningite, não tiveram sarampo, porque um dia os pais deles, os avós, as avós, levaram vocês para se vacinar", disse.
"Não negue para os seus filhos o direito que seu pai não lhe negou", frisou Padilha.
Confira parte da fala do ministro:
SES/TO
Presente na coletiva online, o secretário de Saúde do Tocantins (SES/TO), Carlos Felinto, informou os esforços da pasta em Campos Lindos para que a doença não seja disseminada e comunicou mobilização para todo o Tocantins. "Na segunda e terça teremos dois seminários onde trabalharemos uma campanha de mobilização dos 139 municípios do Tocantins. [...] Gostaria de reforçar a fala do ministro Padilha no sentido de que a melhor prevenção é a vacinação. Hoje o Tocantins, nós contamos com 326 salas de vacina e todas estão abastecidas com o imunizante. A população pode estar procurando", frisou.
Cobertura Vacinal
O ministro fez questão de destacar que o País amplia a cada ano a sua cobertura vacinal de sarampo. "Uma coisa precisa ficar muito clara para toda a população do Tocantins e do País: o Brasil é um país que conquistou novamente o certificado de eliminação de sarampo, então não existe transmissão sustentada de sarampo no Brasil. Recuperamos esse certificado pela Organização Mundial da Saúde, um certificado que a gente tinha ganho pela primeira vez em 2012 quando eu era ministro da Saúde, por coincidência à época, depois perdemos esse certificado em 2018 por conta do grande número de casos que surgiram a partir de surtos inicialmente importados, mas ali era uma situação muito diferente do que nós temos hoje. Era um momento de queda da cobertura vacinal", explicou.
Brasil pronto para reagir
Alexandre Padilha garantiu que o Sistema Único de Saúde (SUS), em conjunto com Ministério da Saúde, as secretarias estaduais e municipais, estão prontos de forma permanente para reagir a qualquer situação de importação de casos de sarampo.
O ministro avaliou que, de fato, situações vividas por outros países têm chamado a atenção. "Só para vocês terem uma ideia, os Estados Unidos tem esse ano o maior número de casos de sarampo que eles já tiveram no século XXI". Padilha também citou a Bolívia, país onde os tocantinenses infectados tiveram em viagem. "A nossa vizinha Bolívia está identificando casos de transmissão de sarampo que chama muito a atenção para todos nós do Brasil".
O ministro comunicou que o Brasil, por meio do Ministério da Saúde, começou uma ação concentrada visando criar uma barreira de proteção sanitária nas fronteiras com os países vizinhos.
Participaram
Participam também da coletiva a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti, e o secretário Municipal de Saúde de Campos Lindos, Corinto Gomes.
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