O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol), Ubiratan Rebello, participou nesta quinta-feira, 21, de audiência pública da Assembleia Legislativa (Aleto), conduzida pelo deputado Moisemar Marinho, com o tema “Combate aos Feminicídio e a Proteção às Mulheres”. Na oportunidade, Ubiratan citou casos de violência e cobrou, mais uma vez, o concurso público da PC/TO.
"A Casa da Mulher Brasileira (de Palmas) hoje sedia o atendimento 24 horas da mulher e temos uma redução no horário de atendimento na Região Sul, mas isto, deputados que estão aqui e demais participantes, isso se dá em decorrência da falta de policiais civis e por isto estamos cobrando concurso para os policiais civis. Nos últimos 11 anos, sim -11 anos, foi a data do último concurso da Polícia Civil, em 2014", reclamou.
Ubiratan reconheceu que o governador Wanderlei Barbosa tem feito empenho pelo certame, mas cobrou andamento. "O governador Wanderlei tem feito esse empenho, no entanto, desde 2011 a comissão foi formada e de lá para cá não temos o concurso ainda. Existe uma possibilidade, um anúncio do secretário atual da Secretaria de Segurança, até solicitamos o aumento das vagas", declarou.
A solicitação de aumento no número de vagas acontece, segundo Ubiratan, considerando a defasagem. "Enquanto estamos em defasagem de policiais civis, estamos com aumento no concurso da Polícia Militar, de 1.600 vagas, mil já tomaram e 600 vão tomar posse. E tudo isso cai na gargalo da unidade policial que atende. [...] Você colocar mais 1.600 policiais militares na rua é segurança à população? É, mas lá na ponta, aonde ele vai ser atendido, ele não tem profissionais para fazer isso com a agilidade que precisa ser feito. Então precisamos urgentemente do concurso público", frisou.
Casos de violência envolvendo policiais
A audiência contou com a participação da secretária-executiva do Ministério das Mulheres, a assistente social tocantinense Eutália Barbosa, e da secretária de Estado da Mulher, Berenice Barbosa, dentre outras mulheres representantes da causa.
No seu tempo de fala, Ubiratan citou um caso pessoal e dois casos de mulheres policiais que recentemente sofreram violência. Uma das servidoras teve sua casa alvejada por três disparos de arma de fogo "Se as mulheres, dona Berenice, têm toda essa proteção que a Polícia Civil faz, assim como a Polícia Militar, a Guarda Metropolitana, nós também, como servidores policiais, temos que nos ater e cuidar de quem cuida de todas as mulheres, de todos os cidadãos do Tocantins. Temos diversos profissionais com sobrecarga de serviço e também, ainda assim, sendo vítima dessa violência", declarou.
O representante do Sinpol reforçou na audiência que não se faz ação sem o fortalecimento das forças de segurança pública.
Demandas com a deputada Cláudia Lelis
O Sinpol articula com a deputada Cláudia Lelis pautas essenciais para as mulheres policiais civis do Tocantins. A parlamentar esteve na sede do Sinpol na terça-feira, 19, ouvindo as demandas apresentadas pelo Sindicato.
O presidente Ubiratan falou sobre o assunto na audiência de hoje. "Não poderia deixar de agradecer a nossa deputada Cláudia Lelis e como representante do Sindicato dos Policiais Civis, temos uma demanda que apresentamos à deputada no início da semana que é exatamente com relação à aposentadoria das nossas mulheres policiais civis, policias penais, socioeducativo e também as policiais legislativas", disse.
Ubiratan explicou que alteração da PEC 103 igualou a condição tanto da mulher quanto do homem policial. "E isso não pode ocorrer e por uma decisão do ministro Flávio Dino, e aqui no Estado, por um trabalho conjunto, a pedido do Sinpol com a deputada Cláudia Lelis e o nosso deputado Moisemar Marinho e sei que os demais deputados estarão engajados nesta pauta, para reconhecer o segundo, o terceiro turno da mulher, seja ela policial civil, penal, socieducativo e as guardas metropolitanas também - que tem desempenhado um papel fundamental à segurança da capital", acrescentou.
Confira a fala do presidente do Sinpol na íntegra: