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Cultura

Foto: Wilson Bello

Foto: Wilson Bello

Explosões de sentimentos, ruínas, fogo e poesia. Assim nasce o videoclipe “Atômico”, uma narrativa audiovisual que transforma o amor em metáfora de destruição e renascimento. Dirigido por Nival Correia e interpretado pelo cantor e compositor Chico Chokolate, o projeto mergulha nas profundezas de uma tragédia romântica moderna, onde a arte surge como resistência diante do caos.

Inspirada em uma das canções mais intensas de Chico — escrita há 30 anos pelo poeta e jornalista Ronaldo Teixeira —, “Atômico” é uma ode à dualidade humana. A música, concebida em meio à dor amorosa, carrega o peso simbólico das explosões de Hiroshima e Nagasaki, traduzindo o amor como força devastadora, mas também regeneradora. No clipe, essa energia se manifesta em uma estética visceral: fumaça, sucata, fogo e corpo se misturam para dar forma àquilo que é ao mesmo tempo destruição e criação.

“É um trabalho sobre ruínas, mas também sobre recomeços. Os cenários e elementos não foram escolhidos pela beleza, mas pela carga simbólica — são lugares e imagens que já viram o desgaste do tempo, mas ainda carregam vida. Exatamente como o amor”, explica o diretor Nival Correia, que assina a concepção e o roteiro visual.

Durante dois dias intensos de gravação, a equipe da Spatium Audiovisual transformou fragmentos de ferro e memória em matéria poética. Cada plano foi pensado como pintura em movimento, com fotografia intensa e uso expressivo de luz, sombra e cor. O resultado é uma experiência visual que alterna o calor e a frieza, a explosão e o silêncio, em perfeita sintonia com a emoção da canção.

Foto: Raquel Silva 

O artista

Chico Chokolate, artista com mais de 45 anos de trajetória, interpreta com força e vulnerabilidade a dor e o renascimento de quem ama. Reconhecido por unir o popular e o poético, Chico vive um momento de reinvenção artística, revisitando uma obra que marcou sua carreira, agora sob uma nova perspectiva. “Essa música fala sobre destruição, mas também sobre esperança. É sobre se permitir sentir e se reconstruir — como artista, como pessoa e como sociedade”, afirma o cantor.

O videoclipe foi contemplado pelo Edital nº 25/2024 – Projetos Culturais da Região Sul (Lei Aldir Blanc) e representa mais que uma produção audiovisual: é uma reflexão sobre a condição humana e a capacidade da arte de transformar dor em beleza. Entre as brasas do amor e as ruínas do tempo, “Atômico” propõe um olhar sobre o que sobrevive quando tudo parece ter sido destruído.

O elenco reúne Sara Gomes (Leoa do Norte), Monaliza Rabêllo, Felipe Trindade e Mel Terra, que dão corpo e emoção à trama de amores intensos, perdas e renascimentos. A equipe técnica, formada majoritariamente por profissionais tocantinenses, assina um trabalho marcado pela expressividade e pela entrega criativa.

Agora em fase de pós-produção, “Atômico” tem lançamento previsto para as próximas semanas nas plataformas digitais e promete ser um marco na videografia musical tocantinense, unindo cinema, performance e poesia visual em uma obra que fala de amor, caos e renascimento. “Atômico é sobre resistência. É o caos que vira arte. É o amor que queima, mas ilumina”, resume o diretor Nival Correia.