A movimentação política do PMDB na manhã desta segunda-feira, 2, na Assembléia Legislativa deixou o gabinete da presidência da Casa com o espaço pequeno. O entra e sai de membros da Executiva Estadual e jornalistas, interessados no resultado das conversações que os caciques do partido vem mantendo em prol da unidade partidária foi inhtenso.
O trio, Osvaldo Reis, Moisés Avelino e Derval de Paiva era aguardado com ansiedade. Inicialmente chegou-se a noticiar em um portal de notícias da capital que eles se reuniriam preliminarmente no gabinete às 10 horas inclusive com a presença do presidente da Casa, Carlos Gaguim (PMDB) e só depois se reuniriam com os membros da Executiva, mas isto não aconteceu.
Quatro eminências pardas da política tocantinense reuniram-se, segundo um dos membros da Executiva peemedebista, no Hotel Rio do Sono, durante toda a manhã. Alem dos três peemedebistas o encontro contou com a presença de Brito Miranda, secretário estadual da infra-estrutura e pai do governador Marcelo Miranda (PMDB), que se encontra em viagem oficial aos Estados Unidos.
Por volta das 12h40, cansados de esperar, os membros da Executiva que aguardavam o trio peemedebista resolveram deixar a Assembléia, alguns aparentemente irritados como foi caso do Vogal, Ítalo Pagano que saiu acompanhado do empresário Batista Pereira, suplente na Executiva.
Quando os membros da Executiva que haviam saído já estavam no pátio externo da Assembléia, chegaram Osvaldo Reis e Derval de Paiva. Osvaldo Reis disse que a reunião que manteve e que contou com a presença de Brito Miranda foi com o intuito de fechar a unidade partidária visando 2010. Reis confirmou o que o Conexão Tocantins já vinha informando desde janeiro, que eleições do Diretório Estadual, só no final do ano.
Já Derval de Paiva fez questão de frisar que também é a favor que as eleições sejam realizadas apenas no final do ano e disse sua afirmação não é como uma jogada de sinuca, onde se bate na bola de um lado para ela ir para o outro. Para Derval, os membros da Executiva que aprovaram documento pela antecipação das eleições devem rever sua decisão o mais breve possível. Ainda segundo ele ao colocar seu nome como pré-candidato à presidência do partido, foi com o objetivo de unir uma vez que estava percebendo a divisão.
Segundo informações do membro da Executiva que não quer ser identificado, a entrada de Derval diretamente na atual articulação, para manter Osvaldo Reis até o final do ano à frente do Diretório Estadual, se deu com o objetivo de conter a candidatura do deputado estadual Junior Coimbra, à presidência. Coimbra é o nome do governador Marcelo Miranda para o posto.
Derval teria chamado Avelino e Reis e dito a eles que não estariam sendo inteligentes ficando desunidos e que os únicos favorecidos seriam aqueles ligados à ala do governador, considerados neo-peemedebistas por terem ingressado no partido apenas em 2005, vindos da União do Tocantins (UT), acompanhando Marcelo Miranda.
Ainda segundo avaliação da fonte peemedebista quando Derval colocou seu nome como candidato, foi porque percebeu a movimentação do Palácio Araguaia. Um dos objetivos de Paiva naquele momento teria sido o de marcar espaço e impedir o avanço do grupo representado por Junior Coimbra e pelo secretário-geral Carlos Braga, que foi um dos mentores da convocação da reunião extraordinária da executiva ainda em dezembro de 2008 e que culminou com a decisão de se convocar uma eleição do Diretório para este mês de março, abreviando o mandato de Reis.
Avelino só a tem a ganhar
A avaliação é que unido com Osvaldo Reis na atual conjuntura, Avelino não perde nada e só tem a ganhar porque mantém um interlocutor que poderá auxiliá-lo em uma eventual postulação à candidatura ao governo em 2010. O partido tem outros pré-candidatos declarados como é o caso do senador Leomar Quintanilha e do próprio presidente da Assembleia, Carlos Gaguim.
A unidade e pacificação do PMDB neste caso tem sido vista como a sobreposição completa de num grupo sobre o outro e o maior derrotado é o governador Marcelo Miranda, embora, segundo avaliação do vogal Ítalo Pagano, qualquer unidade passa pela palavra do governador.
Perdidos
Ao deixar a Assembleia o vereador da capital e secretário-geral do partido, Carlos Braga parecia estar um pouco perdido. Igual sensação passou o deputado estadual Junior Coimbra que saiu rapidamente.
Marcaram presença
2º Vice presidente, Raimundo Coimbra Júnior (Junior Coimbra); 3º Vice, Sandoval Lobo Cardoso; Secretário-Geral, Carlos Roberto do Carmo Braga; Secretário Adjunto, Marco Aurélio de Aguiar Farias; 1º Tesoureiro, Ideval João da Silva; 2º Vogal, Romenthier Italo Pagano; 1º supl- Antonio Jair Abreu Farias; 4º suplente, João Batista Pereira; Presidente da Assembleia Legislativa, Carlos Gaguim e o senador Leomar Quintanilha. Os dois últimos não compõem a Executiva Estadual.
Umberto Salvador Coelho