Ultimamente no Tocantins está impossível acessar conteúdos de vídeo na internet na maior parte do dia, mesmo que o internauta tenha contratado taxas de até 2 MB em sua banda larga. Em alguns casos até mesmo áudio se torna um martírio para ouvir.
Uma prática ilegal por parte da operadora que atua na região pode ser a explicação para o caso. A operadora Oi está na lista de 108 provedores e operadoras do mundo avaliados sob indícios da prática de controle de fluxo de dados, ou traffic shaping em serviços de banda larga.
A verdade é que esta prática se constitui numa ilegalidade, uma vez que, se o cliente contratou determinado serviço, com determinada taxa de transferência de dados, ele assim deveria receber, mas não é isto que acontece e o mais de difícil é provar o shaping, prática que afronta o Código de Defesa do Consumidor.
Não bastasse a baixa qualidade e as baixas taxas de transferência fornecidas por quem está disponibilizando o vídeo e que provocam aquela angustiante e tradicional buferização por alguns minutos, o internauta agora é usurpado em seu direito por quem lhe presta o serviço de transferência de dados e o download simplesmente trava.
Um técnico de redes que trabalha para uma empresa que presta serviços para a Oi e que pediu para não ser identificado confirmou ao Conexão Tocantins que muitos clusters da empresa onde a rede suporta 100 clientes foram colocados 1000. Isto explicaria a necessidade do shaping por parte da operadora, quando o tráfego na rede aumenta, muitas vezes ocasionado pela demanda por vídeos que consomem muita banda - e isto é frequente durante todo o dia - eles limitam o fluxo de dados para download de vídeo para que todos possam ter acesso e utilizar o básico.
(Umberto Salvador Coelho)