Além da conhecida Ecopraia da Tartaruga, a cidade de Peixe, localizada a 310 km
da capital Palmas, oferece outro destacado ponto turístico. Trata-se do
belíssimo Arquipélago do Tropeço, o 3° maior arquipélago do mundo, formado por
366 ilhas.
As ilhas que formam o arquipélago têm sido visitadas por até 50 mil pessoas ao
ano, segundo informações de moradores da região. O acesso é feito por barco, a
partir do Porto de Peixe ou do píer da ecopraia da Tartaruga, pelo rio
Tocantins acima, num trajeto de 5 km (caso saia do Porto) e 10 km (caso saia do
píer). O arquipélago é o reduto da pesca esportiva e enche os olhos de quem vai
conferir a beleza exótica e exuberante das ilhas de todos os tipos, cada uma
com sua característica. Além disso, centenas de espécies de pássaros e plantas
representam o melhor da fauna e da flora.
De acordo com o barqueiro Cláudio Dias, um conhecedor da região, quem visita o
Tropeço jamais esquece. “Quem vem aqui pode pescar peixes como a corvina e
cachorra, mas tudo como esporte. É bom lembrar que é preciso ter cuidado e vir
só com quem conhece bem a região, pois como tem muitas pedras são formadas
cachoeiras e a correnteza é forte”, alerta o barqueiro que já tem 25 anos de
profissão. Como informou Cláudio, há perigo para quem não está habituado a
navegar nos pequenos canais, por isso o passeio só deve ser feito com guias
locais.
O Arquipélago do Tropeço tem águas multicolores, ora verdes, ora azuis,
dependendo do reflexo da luz do sol. Os pássaros e a vegetação formam um
cenário inesquecível, e se engana quem acha que o local se resume a isso, além
de uma vista de encher os olhos, há também lagoas, canais e rios que atendem a
todos os estilos. É um atrativo natural capaz de surpreender quem gosta de
contemplar as belezas formadas pela mistura de águas, árvores e pássaros.
Antônio Miranda é morador de Brasília e veio conferir de perto o que já tinha
ouvido falar da região. “Tenho amigos que se diziam maravilhados com esse lugar
e agora entendo porque falavam tanto. A natureza foi muito generosa com o povo
do Tocantins, o lugar é um dos mais lindos que já vi na vida, isso porque
conheço muitos lugares”, disse o turista.
História
da cidade de Peixe
Reza a lenda que o município de Peixe originou-se entre os anos 1776 e
1780 no acampamento do Alferes Ramos Jubé, que ali se instalou, com 25 praças
sob seu comando, a serviço do governo da província, a fim de impedir que
os índios Canoeiros atacassem os emissários que vinham de Vila Boa de Goiás,
rumo a Natividade, atravessando naquele local o rio Tocantins. Para defender o
arraial, Ramos Jubé construiu ali a primeira casa de telhas, semelhante a um
forte. Também por ele foi iniciada a primeira Casa de Oração do local, onde
hoje, localiza-se a Praça Getúlio Vargas. Para lá, segundo contam, foi levada a
imagem de Nossa Senhora da Abadia, padroeira da cidade.
Com a proteção do Alferes Ramos Jubé, à beira do porto foi se formando um
povoado com a migração de famílias vindas do Carmo, Natividade, Paranã,
Conceição do Norte, Porto Nacional, Caetité (BA) e Gilbués (PI). Seus primeiros
moradores: Francisco da Silva Montes e Joaquim Tavares (o primeiro passador do
porto local) e seus filhos Teotônio e Raimundo Tavares de Brito, auxiliaram o
Alferes no combate aos indígenas.
Os anos se passaram e o Alferes Ramos Jubé acabou falecendo acometido por
malária, sem que tivesse tempo de trazer sua família que morava em Vila Boa de
Goiás para morar no arraial, que por algum tempo chamou-se Santa Cruz das
Itans.
Ainda segundo o que contam, o arraial de Santa Cruz das Itans prosperou, os
tempos passaram e veio uma grande enchente que mudou para sempre a rotina dos
moradores do pequeno local. Devido a enchente, o rio Tocantins despejou suas águas
nas vazantes, indo atingir uma grande lagoa situada a dois quilômetros do
povoado. Quando as águas baixaram, um peixe de tamanho anormal ficou preso na
lagoa, onde morreu quando o rio Tocantins voltou ao seu leito natural e a lagoa
tornou-se rasa. Dizem ainda, que o peixe era tão grande que quatro mulheres
batiam roupas para lavar em sua cabeça.
Uma caravana que vinha de Vila Boa de Goiás com destino a Natividade encontrou
o dito peixe e depois deste ocorrido, os viajantes diziam: “vamos passar pelo rio
onde foi encontrado o peixe”. Mas com o passar do tempo foram abreviando a
frase até dizerem apenas: “passaremos em peixe”. E assim, reza a lenda, ficou
batizado o município. Não só a cidade leva este nome, mas também o córrego pelo
qual teria subido o enorme peixe e a lagoa onde teria sido encontrado. Ambos
ficaram conhecidos por córrego do peixinho e lagoa do peixe.
Anos depois o local passou a ser chamado de “Vila do Espírito Santo de Peixe”,
após a promulgação da Lei nº 013, de 31 de junho de 1846.
Em 20 de junho de 1895 a vila é elevada à categoria de cidade, graças ao
trabalho de diversos líderes, dentre eles destacam-se: Elizeu Augusto Canguçu,
Antônio José de Almeida, Pedro Pinheiro de Queiroz, o senador Domingos Teodoro
juntamente com o deputado Cândido Teodoro, estes eram os representantes desta
região frente ao governo da época. Na divisão territorial de 31 de dezembro de
1936, Peixe aparece com o nome de município de Santa Terezinha, sob a
jurisdição da Comarca de Porto Nacional, porém este nome não foi aceito pela
comunidade. No quadro anexo ao Decreto-lei Estadual nº 557 de 03 de março de
1938, no município aparece novamente com o nome de Peixe.
Versão mais contada
A versão mais simplificada e a mais contada pelos moradores da região dá conta
que uma cheia provocada pelas águas do rio Tocantins, por volta do ano de 1800,
atingiu uma grande lagoa a 2 km do povoado. Com a baixa das águas, ficou preso
na lagoa um peixe de tamanho nunca visto na região. Daí em diante, o povoado
ficou conhecido com o nome de Porto do Peixe, depois Vila de Santo Antônio do
Peixe e, só a partir de 1938, recebeu, de forma definitiva, a denominação de
Peixe.
A população total do município era de 8.750 habitantes e uma área de 5.291,18
km², de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2007). (ATN com
informações do site da Prefeitura de Peixe)