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Polí­tica

Foto: Divulgação

Com faixas e cartazes, várias famílias de chacareiros foram até a Câmara de Palmas nesta terça-feira, 24, se manifestar contra a desapropriação de uma área nas mediações da Agrotins em Palmas. Uma audiência pública será realizada no dia 9 de abril para discutir o assunto com participação do Instituto de Terras do Tocantins - Itertins e representantes das famílias. Uma comissão de seis membros das famílias reuniram-se com os vereadores.

Segundo o vereador Milton Neris (PR) a área é de 157 hectares e existe parecer do Itertins onde detectou nove procedimentos viciosos no processo. “Não tem parecer jurídico nesse processo, olha o tamanho da influência desse grupo”, disse, ao citar o nome dos empresários Benedito Neto de Faria e Rossine Aires Guimarães. Milton Neris afirmou que não se pode admitir o que chamou de especulação. “Isso é caso de polícia, é caso de Ministério Público, temos que agir porque é o povo palmense que está clamando por esse apoio da Câmara de Palmas”, disse.

O vereador Major Negreiros (PP) atacou Dito durante a sessão. “Esse cidadão chegou aqui puxando a cachorra e hoje é dono de quase todos os postos da cidade”, disse.

O vereador defendeu que seja feita uma investigação “Ninguém faz uma investigação da vida desse cidadão agora se fosse eu, se fosse você que é trabalhador, a polícia estava em cima para saber como esse cidadão conseguiu a documentação dessa gleba da Agrotins”, disse. Negreiros chegou a dizer aos manifestantes:  “Vocês só saem de lá se não tiver homem para resistir à especulação imobiliária”, disse.

Segundo o vereador Juscelino Rodrigues (PRB), Rossini, citado no processo, está envolvido no caso do Carlos Cachoeira.

O vereador Junior Geo (PROS) falou em “atrocidade” com as famílias. “O que estão tentando fazer com vocês é algo vergonhoso por isso peço que não venham a cair no canto da sereia”, disse. Ele afirmou que há intervenção política para retirar as famílias da área. Etinho Nordeste (PROS) pediu aos manifestantes que “abram a capa do olho”.

Polêmica antiga

Já em 2013 áreas no entorno da Agrotins geraram polêmica. Mais de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) acampadas na área próxima a Agrotins, Lote do 03/02 loteamento Centro Agrotecnológico de Palmas também receberam liminar de reintegração de posse em área que foi vendida para Benedito Neto de Faria e Rossine Aires Guimarães em 17 de dezembro de 2010 pelo valor de R$ 15.558,08 mil.

De acordo com o MST, a área denominada Lote do 03/02 loteamento Centro Agrotecnológico é, na verdade, parte de diversas áreas que se encontra em briga judicial envolvento o Incra, o Itertins e empresários que estão querendo se apropriar irregularmente das terras públicas no entorno da capital com vista à especulação imobiliária. Neste Termos se encontra tanto o lote 03/02 em nome de Benedito Neto de Faria e Rossine Aires Guimarães e o Lote 03/01 em nome de Roberto Aires Guimarães.

O outro lado

Conexão Tocantins tentou por várias vezes falar com os empresários Dito e Rossini porém não teve sucesso. O espaço continua aberto.