A mudança de percurso da Tocha Olímpica em Palmas foi motivo de discussão na sessão da Câmara de Palmas nesta terça-feira, 14 de junho. O maior símbolo das olimpíadas passou pela Capital tocantinense no último sábado, 11, e causou alfinetadas entre a Prefeitura de Palmas e do Estado. Para os vereadores de oposição, o momento não era propício para o Taquari por conta da insatisfação da comunidade local com as promessas não cumpridas pelo poder público municipal.
Na opinião do vereador Lúcio Campelo (PR), o prefeito Carlos Amastha (PSB) tentou transferir a responsabilidade da mudança do percurso para o Governo do Estado, mas a responsabilidade foi da Prefeitura. “O pessoal da Capadócia ia pegar a tocha e botar fogo no prefeito, por isso que ele não foi e fica colocando culpa no Governo do Estado”, disse Lúcio, referindo-se à revolta dos moradores com a falta da infraestrutura prometida para o bairro pela atual gestão, especialmente após a recente morte de um morador eletrocutado ao tentar fornecer energia elétrica para a casa onde morava.
Para o vereador Milton Neris (PP), "talvez, num ato de desespero, o prefeito achou que a Tocha Olímpica iria resolver os problemas. Que o povo da Capadócia iria esquecer o momento de tristeza”, disse, lembrando da morte do morador eletrocutado. Segundo Milton Neris, o povo do Taquari não está preocupado com Tocha Olímpica mas sim com uma melhor infraestrutura para o bairro, o que foi prometido mas até agora não cumprido. “A Tocha Olímpica passando pelo taquari não aumenta um metro de asfalto prometido pelo prefeito”, concluiu o vereador.
Júnior Geo (Pros) afirmou que um dos grandes problemas do gestor Amastha é subestimar a inteligência do cidadão palmense. “Subestimar achando que resolve o problema do transporte coletivo pintando um ônibus de rosa. Acreditar que resolve os problemas da região Sul quando se leva uma tocha e tenta justificar que o problema do Taquari é o governador ou o problema do Taquari é terem retirado a tocha do Taquari”, afirmou.
Ainda de acordo com Geo, falta respeito ao povo palmense. “A ausência de respeito para com a sociedade é intensa e constante por parte da atual gestão. Não se respeita nesse município do cidadão mais simples ao mais estudado. Não se respeita o servidor público, não se respeita o idoso”, disse.
Projeto de Lei
O presidente da Câmara de Palmas, Rogério Freitas (PMDB), afirmou na sessão desta terça-feira, 13, que o Projeto de Lei do Executivo referente à solicitação de empréstimo internacional terá que ser analisado nas comissões da Câmara. De acordo com Freitas, o município solicita dois financiamentos, um no valor de 60 milhões de dólares e outro de 70 milhões de dólares, mas não apresenta as diretrizes para aplicação dos recursos.
O presidente disse que a condição da base do governo para destrancar a pauta da Câmara era que o pedido de financiamento fosse aprovado sem análise nas comissões da Casa de Leis.
No entanto Rogério Freitas questiona, além do destino do dinheiro, a capacidade de pagamento dos empréstimos uma vez que juntos os financiamento somam meio bilhão de reais. “Palmas não tem capacidade de pagamento para contrair um financiamento dessa monta”, destacou.
Rogério Freitas também lembrou que em 2013 um financiamento foi aprovado para a construção da pavimentação das quadras 1003, 1.103 e 1007. Mas passados quase três anos, as obras não aconteceram. “E o governo gastou o dinheiro com tendas e foguetes”, lamentou o presidente da Câmara. “E diz que vai asfaltar o mundo todo. Só que ele (o prefeito) esqueceu de asfaltar o que já foi contraído em financiamento três anos atrás”. (Da redação com informações Câmara de Palmas)