Na Universidade os docentes ainda olham com suspeição livros que ocupam as estantes de entretenimento. De tempos em tempos algumas obras extrapolam, viram filme, peça de teatro. Navegam por outras áreas. Constar nas listas de “mais vendidos” passa ter efeito invertido, para alguns escritores. No entanto, as coisas estão mudando.
Quando um livro alcança grande público seu autor ou autora conseguiu capturar tradições, virtudes e valores perenes. O livro O monge e o executivo, de 2004, pela Editora Sextante, seguiu este caminho.
Transcrevo, a meu sentir, algumas das preciosas passagens de John C. Hunter que conta uma história sobre a essência da liderança. “Os frades viviam centrados em três premissas – oração, trabalho e silêncio”. Mais a frente “ouvir é uma das habilidades mais importantes que um líder pode escolher para desenvolver”.
O autor adverte que se nos concentrarmos em tarefas e não em relacionamentos, podemos ter transferências, rebeliões, má-qualidade de trabalho, baixo compromisso, baixa confiança e outros sintomas indesejáveis.
O tratamento digno e respeitoso, a capacidade de contribuir para o sucesso da Organização, o sentimento de participação sempre apareceram acima do dinheiro. Precisamos relembrar esta passagem.
A confiança é a cola que gruda os relacionamentos. Sintetizar com densidade um sentimento não é tarefa fácil “o amor é o que o amor faz”. Parece que a liderança se reduz a uma definição “identificar e satisfazer necessidades”.
Traz o livro ...na parede de minha sala na escola tenho uma citação de um velho faraó egípcio chamado Ptahhotep, que diz: “Aqueles que precisam ouvir os apelos e gritos de seu povo devem fazê-lo com paciência. Porque as pessoas querem muito mais atenção para o que dizem do que para o atendimento de suas reivindicações”.
Um sábio cristão chamado Paulo escreveu há cerca de dois milênios que apenas três coisas importam: fé, esperança e amor. E acrescentou que a maior delas é o amor. Fecho com a passagem “Os únicos que serão realmente felizes são os que buscaram e descobriram o que é servir”. Palavras leves soam como afagos e nos permitem ouvir o coração das pedras a bater. Os livros, silenciosamente, educam pelas encostas. Lembre-se: seja elegante sempre! Atue com refinamento – é ele, o refinamento, que tecerá a trama de seus novos encontros e transformará, profundamente, tudo que tocar com sensibilidade. Aguardo seu e-mail.
*Ronilson de Souza Luiz, professor e doutor em educação pela PUC/SP. profronilson@gmail.com