A senadora Kátia Abreu reuniu-se nessa quarta-feira (1º) com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Valter Casimiro Silveira, para pedir informações sobre o andamento da construção da chamada “Transbananal”, extensão da BR-242 que atravessa a Ilha do Bananal, no Tocantins.
As obras da Transbananal – trecho considerado estratégico para o escoamento da produção agrícola do Tocantins e do centro do Brasil – dependem do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), de responsabilidade do DNIT.
Desde abril deste ano, o DNIT tem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) para entrar na área e dar início ao estudo, porém não conseguiu efetivamente acessar a ilha devido à resistência dos indígenas locais. Por isso, as pesquisas de viabilidade estão paralisadas e sem perspectiva de retomada.
“Entrarei em contato com a Funai local para tentar um diálogo e me informar sobre o motivo da resistência dos indígenas da Ilha do Bananal. Queremos garantir, claro, a compensação por eventuais impactos ambientais, mas também queremos que essa estrada se torne uma fonte de renda sustentável para aquela comunidade”, afirmou a senadora. "O país não pode ficar com uma divisa entre Estados de 400 km sem ligação asfáltica", completou.
"Nada poderá ser feito sem diálogo com índios, Funai e CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Precisamos esgotar todas as possibilidades, pois essa estrada pode ser também importante para os índios", enfatizou Kátia Abreu.
BR-242
No Tocantins, o trecho da BR-242 que atravessa a Ilha do Bananal, conhecido como Transbananal, adentra a Terra Indígena Parque do Araguaia. Essa via, de 84 km, é precária, sem pavimentação e fica completamente intransitável durante o período de chuvas.
Quando construída, a Transbananal vai integrar o sistema viário do Tocantins, ligando o município de Dueré (TO) a São Félix do Araguaia (MT). Poderá facilitar a integração dos oceanos Atlântico e Pacífico e servirá de corredor de conexão do Brasil com os países acima da linha do Equador.
A estrada é considerada estratégica para escoar a produção do Mato Grosso, o que viabilizará carga para a Ferrovia Norte Sul. O Tocantins terá facilidade para aquisição de milho e consequente produção de aves e suínos, além de fornecer calcário para os estados vizinhos.