A deputada federal Josi Nunes (MDB/TO) usou a tribuna durante a sessão ordinária desta terça-feira, 6, para defender o fim do auxilio moradia para membros dos poderes judiciário, executivo, legislativo e Ministério Público, que tenham residência própria em seus domicílios de trabalho.
O julgamento do auxílio
moradia para magistrados está previsto para o próximo dia 22 no Supremo
Tribunal Federal (STF). “Eu não poderia deixar de parabenizar a ministra Carmem
Lúcia pela responsabilidade e, sobretudo, pela coragem de colocar esse tema em
pauta, contrariando muitos de seus pares”, afirmou.
A deputada sugeriu que a Câmara Federal também paute o tema e
coloque fim a este beneficio dado a quem não necessita. “Presidente
Rodrigo Maia, acredito que o momento, é uma boa oportunidade para levantarmos
essa bandeira contra os abusos e privilégios, apreciando o mais rápido possível,
o projeto de lei que irá disciplinar tal discrepância, cumprindo assim, o teto
salarial já aprovado pelo Senado”, defendeu.
Para a parlamentar, a aprovação desta matéria é
essencial para amenizar privilégios, uma vez que busca de forma simbólica
amenizar a desigualdade imensa no Brasil. “ Simbólica, pois sabemos que só este
fato não acabará com a desigualdade, mas é sem duvida um exemplo de ação que
visa não somente a legalidade, mas acima de tudo a moralidade, o bom senso e o
espírito de cidadania. O auxílio moradia e um privilégio que disseminou pelos
poderes. É um jeitinho para aumentar os salários. Seu objetivo inicial era para
custear despesas com moradia para aqueles que trabalhavam fora de seu
domicílio. Com o tempo esse penduricalho sofreu uma grande metamorfose e de
exceção virou regra”, acrescentou.
Ao ressaltar que este benefício não é dado somente ao
judiciário, uma vez que, o executivo, o legislativo e Membros do Ministério
também se beneficiam do auxilio moradia, Josi questionou este privilégio.
“Mas como justificar esse privilégio diante da grave crise econômica,
política e moral em que vivemos? Como justificar esse auxílio em um país
em que quase a metade de sua população não tem onde morar ou mora
precariamente? Como justificar esse benefício para aqueles que ganham os
maiores salários de nossa sociedade? Como ficam aqueles que com dignidade
exercem diferentes funções; como o professor, que após 25/30 anos se aposenta
com proventos que muitas vezes não chegam a R$ 3 mil reais? Como o agente
comunitário de saúde que recebe um pouco mais de R$ mil reais? Como justificar
isso para o trabalhador brasileiro que recebe um salário mínimo?”,
questionou.