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Estado

Foto: Wherbert Araújo A ação humanitária é resultado de esforços coletivos dos governos federal, estadual e do município de Lagoa da Confusão A ação humanitária é resultado de esforços coletivos dos governos federal, estadual e do município de Lagoa da Confusão

Após as cheias do Rio Formoso o Governo do Estado, por meio da Defesa Civil Estadual e Corpo de Bombeiros, estão dando suporte aos indígenas atingidos pela cheia. Os órgãos estão recebendo apoio do Exército Brasileiro, Ministério da Integração Nacional, Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Prefeitura Municipal de Lagoa da Confusão, trabalhando em conjunto garantindo a segurança e realocação imediata de 40 integrantes dos povos Krahô.

Os atendidos são integrantes da aldeia Takaywrá, localizada a 40 quilômetros do município de Lagoa da Confusão. Alojados em 10 tendas com capacidade para abrigar 10 pessoas, os indígenas estão recebendo acompanhamento em saúde, segurança e educação.

Instalados no ginásio de esportes da cidade, o local foi reformulado para receber 32 pessoas e oito crianças, contando com banheiros, água potável, energia elétrica, cozinha, como também um espaço adaptado para que os alunos não tenham seus estudos interrompidos. Também nessa última quinta-feira, 15, foram distribuídos 35 colchões para os realocados. A alimentação está garantida e na próxima semana remessas de mantimentos serão entregues.

De acordo com o superintendente estadual da Defesa Civil, o major bombeiro Diógenes Madeira, a ação humanitária foi resultado de esforços coletivos dos governos Federal, Estadual e do município de Lagoa da Confusão. “Devido às cheias, foi decretada Situação de Emergência em seis municípios e paralelo a isso, solicitamos do Governo Federal ajuda humanitária para podermos realocar 14 famílias de povos indígenas que se encontravam em situação de risco devido às cheias. Nós alojamos aquelas pessoas no ginásio de esportes da cidade e no início da próxima semana estaremos trazendo os mantimentos enviados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil”, explicou.

Para o coordenador técnico local da Fundação Nacional do índio na regional de Gurupi, Georthon Aurélio Lima Brito, esta é a primeira vez em que houve a necessidade de se realocar indígenas em áreas inundadas na região. “Nosso objetivo é promover a segurança e a saúde dos Krahô. A ação humanitária está fluindo normalmente e tão logo as águas baixem estaremos acompanhando  a desmobilização do acampamento”, ressaltou.

Segundo o  prefeito de Lagoa da Confusão, Nelson Alves Moreira, até a chegada dos mantimentos, o município vai garantir a segurança e alimentação dos alojados. “Com o apoio humanitário vamos garantir a alimentação de todos. Serão montadas três cozinhas e vamos ajudar no que for necessário”, afirmou.

Adaptação

Acostumados com a vida comunitária, os indígenas estão se adaptando à rotina provisória. Segundo o cacique José Valdete Ribeiro da Costa, apenas oito pessoas permaneceram na aldeia inundada, mas em local seguro. “Temos as nossas criações e não podemos deixar eles lá sozinhos. Mas se a chuva aumentar já nos avisaram que vão lá buscar os animais", afirmou. Ainda de acordo com o cacique, outras três grandes cheias já foram identificadas, mas esta última gerou preocupação nos moradores. “Felizmente o socorro chegou logo", destacou.

Quem também está se adaptando à intempérie é o professor de idioma indígena Cláudio Wacme Krahô, que mudou-se de Itacajá, no centro-norte do Estado para conviver com seus irmãos de etnia em outra região do Tocantins. “Tem só um mês que cheguei. Aí começou a chover forte, mas não tem problema. Quando voltar, tenho trabalho ensinando meus irmãos a aprender a falar a nossa língua", garantiu.

Previsões

De acordo com o meteorologista José Luís Cabral, o período chuvoso no Estado deverá se estender por mais 45 dias. José Cabral ressalta que a área onde a aldeia esta localizada é propícia a alagamentos devido aos corpos hídricos presentes na região. “No Tocantins, é comum haver grandes precipitações em curtos espaços de tempo. Isso pode ocasionar enchentes e alagamentos em algumas regiões”, concluiu.