O indeferimento da candidatura de Carlos Amastha (PSB) para a eleição suplementar do próximo dia 3 de junho muda o cenário político no Tocantins. Mesmo que o pessebista já tenha anunciado que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tentativa de garantir sua participação no pleito, sua candidatura fica suspensa até que o recurso seja julgado pela instância superior.
O Tocantins está apenas a 19 dias do primeiro turno da eleição suplementar que ocorrerá no dia dia 3 de junho e há um risco real de que o recurso apresentado por Carlos Amastha não seja julgado a tempo para que seu nome conste nas urnas no dia da votação.
Neste contexto surge a pergunta: para qual ou quais candidatos migrariam os votos dos eleitores que votariam em Amastha para governador?
Com uma campanha alicerçada no discurso de “romper com a velha política”,Amastha aliou-se a partidos historicamente posicionados mais à esquerda do espectro político para concorrer a esta eleição. Seria natural, portanto, que os potenciais eleitores do ex-prefeito de Palmas optassem por candidatos com discurso semelhante e que venham de partidos que flertem com o posicionamento ideológico daqueles da coligação do pessebista.
Pertencentes à esfera dos políticos tradicionais do Tocantins, um dos três “maiores” candidatos, quais sejam, Kátia Abreu, Vicentinho Alves e Mauro Carlesse, dificilmente agregaria a maioria dos votos que seriam direcionados a Amastha, justamente por representarem o oposto daquilo que o ex-prefeito declara ser.
Dois possíveis beneficiados com a saída de Amastha do pleito seriam os candidatos Márlon Reis (Rede) e Mário Lúcio Avelar (Psol.) O Conexão Tocantins procurou representantes dos dois partidos para saber como ambos analisam a saída de Carlos Amastha da eleição e como pretendem buscar seus eleitores.
O coordenador de organização da Rede Sustentabilidade, Edmilson Júnior, disse que os votos de Amastha serão bem-vindos, mas que o partido continua focado no trabalho de angariar os votos de eleitores indecisos e desinformados, que, segundo ele, não sabem que haverá uma eleição no dia 3 de junho. “Nosso trabalho continua o mesmo, propor uma candidatura alternativa que fuja dos padrões tradicionais no Tocantins. Essa saída do Amastha não nos tira desse foco e vamos continuar correndo atrás do eleitor, seja do Amastha do Vicentinho ou dos outros candidatos e pretendemos estar em um possível segundo turno”, comentou o representante.
A reportagem também tentou contato com o presidente estadual do Psol no Tocantins, Edgar Gomes, mas o representante não atendeu às ligações realizadas para seu telefone pessoal.