Em depoimento na CPI do Previpalmas nesta segunda-feira, 22, o ex-gestor da Reag Investimentos, João Carlos Mansur, disse aos vereadores que recebeu a visita na sede da empresa em São Paulo/SP do ex-presidente do Previpalmas, Max Fleury, do ex-secretário de finanças, Christian Zini, e do ex-procurador do município, Públio Borges. A visita teria acontecido no mês de março de 2018.
Mansur viu fotos dos ex-gestores para identificá-los e declarou aos parlamentares que a ida dos mesmos à empresa foi uma visita técnica. “Eles foram perguntar especificamente sobre os investimentos no Cais Mauá e a gente apresentou tudo que foi feito de investimento para eles”, disse.
Já com relação ao ex-diretor de investimentos do instituto, Fábio Martins, Mansur disse não ter conhecimento ou qualquer relação, mas confirmou que praticamente toda a comunicação da Reag com o Previpalmas foi feita através do ex-diretor de investimentos. “Os responsáveis pelo Previpalmas fizeram questionamentos por ofício. Presidente e diretor questionaram sobre documentação e encaminhamos tudo que tínhamos recebido dos antigos gestores, principalmente ao diretor de investimentos. Isso é de praxe”, esclareceu Mansur.
O acionista da Reag disse ainda que só teve contato com gestores do município de Palmas após a entrada da empresa na gestão e administração do fundo, que aconteceu em fevereiro de 2018. Em um breve histórico Mansur disse que a Reag começou a analisar o projeto do Cais Mauá em 2017. “Fizemos diligência jurídica, técnica e junto aos órgãos responsáveis pelas aprovações dos projetos - estado e município. Entramos em fevereiro de 2018. Em meados de abril, quando houve a operação deflagrada contra os antigos gestores, nosso comitê achou por bem declinar da administração e gestão do fundo”, disse o acionista.
Operação Gatekeeper
A operação a qual Mansur se refere é a Gatekeeper da Polícia Federal (PF) deflagrada em abril do ano passado e que bloqueou R$ 90 milhões do fundo. Segundo Mansur, dos R$ 30 milhões investidos pelo Previpalmas no Cais Mauá, restavam apenas R$ 4 milhões quando a Reag assumiu o fundo. Deste valor restante, R$ 2 milhões, segundo o acionista, foram bloqueados pela justiça após a operação da PF, já a outra metade (R$ 2 mi) foi usada para pagar despesas ordinárias, explicou Mansur.
Em pouco mais de 2 meses na gestão e administração do fundo a Reag não teria identificado nenhuma irregularidade na aplicação do Previpalmas no Cais Mauá. “Recebemos o fundo já capitalizado. Todos os investimentos foram realizados previamente à nossa gestão. Quando assumimos recebemos todos os atestados de regularidade do antigo gestor, todas as declarações de enquadramento e regularidade e todo o acervo societário do gestor-administrador até então. Naquele momento não constatamos nenhuma irregularidade”, declarou.
O acionista informou ainda não possui qualquer relação com os antigos gestores e administradores do fundo e que também não sabe se houve apresentação sobre o fundo ao Conselho Municipal de Previdência na época da aplicação.
Após a oitiva o presidente da CPI, vereador Milton Néris (PP) disse que o depoimento de João Carlos Mansur foi importante para que os parlamentares possam compreender os motivos pelos quais a Reag se manteve por tão pouco tempo na administração do fundo. “Não estamos investigando a Reag, a gente quer entender porque a empresa apareceu no processo e porque saiu tão rápido. E quem está com prejuízos por causa deste fundo são os servidores de Palmas”, avaliou.
A CPI do Previpalmas deve ouvir já na tarde desta segunda-feira um outro ex-gestor da Reag Investimentos, Pedro Monteiro Matos. Estão previstos ainda os depoimentos do ex-presidente do Previpalmas, Max Fleury, que deverá ser intimado judicialmente para comparecer à sessão no dia 29 de abril, mesma data em que será ouvida a ex-presidente do PreviPalmas Wally Aparecida Macedo Vidovix.