O Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) aumentou em 58,2% o volume de recursos distribuídos a empreendedores e produtores da região no primeiro semestre de 2019. Foram R$ 2,9 bilhões em mais de 11 mil operações de crédito entre janeiro e junho deste ano. Em 2018, no mesmo período, cerca de 7,8 mil contratações somaram R$ 1,8 bilhão. Os valores são administrados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e concedidos por meio do Banco da Amazônia.
O estado com o maior volume de recursos captados nos primeiros meses deste ano foi o Pará. A unidade federativa alcançou a marca de R$ 945,8 milhões, valor 72,5% superior ao registrado no mesmo período em 2018. Em Rondônia, o crescimento foi de 61,6%, chegando a R$ 822,8 milhões em financiamentos via FCO. Na sequência, Tocantins obteve acesso a R$ 628,2 milhões em operações de crédito - elevação de 18%.
Empreendedores do Amazonas, por sua vez, contrataram recursos da ordem de 393 milhões, um aumento de 192,4% em relação ao total nos seis meses iniciais de 2018. Já o Acre, com acréscimo de 45,7% na captação, fechou o primeiro semestre deste ano com R$ 109,7 milhões.
O principal destaque em relação ao aumento percentual de recursos contratados ficou com Roraima. A elevação registrada foi de 319,8%, na comparação entre os dois períodos. A unidade federativa teve acesso a R$ 61,2 milhões entre janeiro e junho deste ano.
O único estado que registrou queda na comparação foi o Amapá, com R$ 21,5 milhões em operações de crédito – retração superior a 90% no comparativo com o primeiro semestre de 2018.
Crédito rural
O crédito rural consumiu R$ 1,6 bilhão do total disponibilizado pelo FNO. Os maiores volumes de captação foram feitos em Tocantins (R$ 538 milhões), Pará (R$ 513,8 milhões) e Rondônia (R$ 499,4 milhões). Na sequência, aparecem Acre (R$ 51,9 milhões), Roraima (R$ 43,2 milhões), Amazonas (R$ 34,3 milhões) e Amapá (R$ 8,4 milhões).
Outros setores
No ramo empresarial, a maior concentração de financiamentos do FNO se deu para atividades de comércio e serviços, que tiveram acesso a R$ 1,1 bilhão nos seis primeiros meses deste ano. Este valor representou 91% do total disponibilizado para setores não-rurais.
Outros R$ 116,9 milhões foram concedidos em forma de fomento à indústria na região Norte. O ramo turístico contratou R$ 21 milhões, enquanto foram destinados R$ 6,7 milhões para obras de infraestrutura. Outros setores acessaram R$ 6,3 milhões no período. Houve, ainda, R$ 237 milhões destinados a beneficiários do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Condições atrativas
O FNO é um dos três fundos constitucionais criados para implementar a política de desenvolvimento regional e reduzir as desigualdades entre as diferentes áreas do País – os outros são o do Centro-Oeste (FCO) e do Nordeste (FNE). Apesar de oferecer condições atrativas também a grandes investidores, os recursos são voltados, prioritariamente, a atividades de pequeno e médio porte. Para o setor rural, inclusive, as taxas de juros são as mais baixas de mercado e contemplam agricultores familiares por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).