O Sindicato dos Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado do Tocantins (Sindessto) divulgou nota na qual informa que os atrasos do governo no pagamento dos prestadores de serviço do Plansaúde são propositais. Segundo o sindicato, o Funsaúde possui em caixa passa de 300 milhões de reais, enquanto que a dívida do PlanSaúde com os prestadores de serviço chega a 95 milhões, o que seria suficiente para quitar os débitos.
Mesmo com recurso em caixa, segundo o Sindessto, os atrasos do governo já chegaram a 8 meses, quando o prazo máximo estipulado em contrato é de 90 dias. O governo também continua recolhendo regularmente o desconto na folha de pagamento dos servidores referente ao plano.
A entidade resolveu manifestar-se após declarações do governador Mauro Carlesse (DEM) de que as recentes denúncias de um suposto esquema de fraude no Plansaúde estariam relacionadas às mudanças de regras no plano que teriam reduzido o faturamento das empresas prestadoras de serviço.
“Não há como dizer que as regras novas do Plansaúde reduziram ou reduzirão o faturamento de empresas que sequer estão recebendo”, contesta o sindicato. A entidade diz ainda que, por vezes, os prestadores de serviço continuam com o atendimento ao público mesmo com os atrasos e as chamadas “glosas”, que são cortes nos pagamentos. Essas glosas estariam muito acima do valor de mercado que é de 8%, segundo o Sindessto.
Hospitais e clínicas seriam obrigados por vezes a retirar dinheiro de seus caixas e fazer empréstimos para atender o servidor do Estado “Estas glosas são feitas sem cabimento e sem critério, com o único intuito de prejudicar os prestadores e poder utilizar este dinheiro do PlanSaúde sabe-se lá onde”, informa a nota.
Leia a nota na íntegra abaixo.
“O Sindicato dos Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado do Tocantins – SINDESSTO – vem a público rebater as infelizes declarações do atual ocupante do cargo de Governador do Estado, senhor Mauro Carlesse, que insinua que as denúncias recentes de corrupção no PlanSaúde tenham relação com mudanças de regras que supostamente teriam reduzido o faturamento dessas empresas.
Há muitos anos o PlanSaúde não arca com seus compromissos com os prestadores de serviços, pois os atrasos de pagamentos estão sempre violando o contrato que prevê atrasos de no máximo 90 dias. Muito pior do que isso, é comum que esses atrasos cheguem a terríveis oito meses, forçando os hospitais e clínicas a arcarem com juros de empréstimos para continuarem o atendimento e honrar com o salário dos seus colaboradores, evitando assim a perda do sustento de milhares de famílias, o que abalaria a economia do Estado.
Mesmo atrasando o pagamento, o Estado continua recolhendo dos servidores o valor da contribuição do PlanSaúde, tornando claro que os atrasos são propositais para estrangular os prestadores de serviço e forçá-los a cair em armadilhas. Recente notícia no portal G1 deu conta de que o valor que o Funsaúde possui em caixa passa de 300 milhões de reais, enquanto que a dívida do PlanSaúde com os prestadores de serviço chega a 95 milhões – ou seja, fica provado que há o recurso de sobra, só não há a intenção do governo em quitar as suas obrigações contratuais e permitir que as empresas operem com tranquilidade o seu serviço.
Não bastasse este cenário de atrasos constantes, em que os prestadores mantêm seu compromisso com os usuários, o PlanSaúde ainda opera altos cortes nos pagamentos – as chamadas “glosas” – em valor percentual muito superior ao padrão de mercado, que é de 8%, fazendo com que muitas vezes os hospitais e clínicas retirem dinheiro dos seus caixas e contraiam empréstimos para atender o servidor do Estado – isso se é que recebam o valor do serviço prestado! Estas glosas são feitas sem cabimento e sem critério, com o único intuito de prejudicar os prestadores e poder utilizar este dinheiro do PlanSaúde sabe-se lá onde.
Resumindo, não há como dizer que as regras novas do PlanSaúde reduziram ou reduzirão o faturamento de empresas que sequer estão recebendo!
Confiamos no Ministério Público Estadual e na Polícia Federal para que tragam a verdade à tona. É lamentável que nosso tão jovem Estado, de imenso potencial, seja governado por pessoas indignas dos seus cargos e ofendam prestadores de serviços que atuam com seriedade, pois estes prestadores de serviços têm sido os financiadores do tratamento de saúde dos servidores no lugar do Estado, havendo inversão de obrigação.
Os hospitais e clínicas filiados ao SINDESSTO sempre mantiveram seu compromisso com os clientes usuários do PlanSaúde e com seus quadros de trabalhadores e contam com a colaboração e compreensão de toda a sociedade tocantinense para que este cenário se encerre e a justiça prevaleça para todos os envolvidos”.