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Foto: Junior Suzuki

O Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, local que emprestou o palco para que brilhasse com seu talento e suas salas para que ensinasse novos atores, também foi o espaço para homenagens e despedidas à atriz, educadora e ativista cultural, Marcélia Belém, na tarde desta sexta-feira, 3. Pioneira no cenário artístico do Tocantins, Marcélia faleceu nessa quinta-feira, 2, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Familiares, amigos, admiradores, representantes de diversos setores da cultura no Estado estiveram presentes para prestar às últimas homenagens a atriz, que junto com o irmão, Cícero Belém, criou uma das primeiras companhias de teatro do Tocantins, a Chama Viva.

 (Foto: Júnior Suzuki)

“Entre 91 e 92 Cícero e Marcélia ensaiavam na própria casa, em Porto Nacional, e tive a honra de ser amiga da Marcélia, principalmente do Chama Viva, porque o Chama Viva, o teatro, era a vida da Marcélia, aguerrida, meiga, doce, menina que se tornava uma gigante em qualquer situação em que tivesse que defender e brigar por justiça e a dignidade de ser mulher, mãe negra, atriz, do norte do País”, declarou a bailarina Meire Maria.

O irmão, ator e diretor, Cícero Belém agradeceu as homenagens em nome da família, e reafirmou a paixão de Marcélia pela arte. “Marcélia sempre foi muito danada, eu saí de casa aos 15 anos e ela foi junto, comecei teatro e ela também. Eu fui contra, mas ela foi fazer teatro e a gente construiu uma caminhada juntos que se confunde um pouco... Hoje com o coração apertado a gente sente sua ausência”, afirmou ao lembrar que um dos últimos trabalhos da irmã foi uma participação no filme ‘O Pastor e o Guerrilheiro’, gravado em 2020.

“Esse é um dia triste para nós que de alguma maneira contribui com a arte no Tocantins. Mas, fica a esperança de que o céu está ganhando, de que a Marcélia está se juntando aos grandes. Porém, ela deixa um pouquinho do espírito dela entre nós, e aqui temos a comprovação de que a Marcélia deixou sua marca, além da família, na arte e cultura do Tocantins”, afirmou o presidente da Fundação Cultural de Palmas, Giovanni Assis.

Após as homenagens e despedidas, todos os presentes soltaram balões brancos ao som de um trecho do espetáculo ‘Bonequinha de Pano’, interpretado por Marcélia Belém, e o cortejo seguiu para o sepultamento no cemitério Jardim da Paz.

Marcélia Belém

Marcélia foi uma das criadoras da Cia. de Teatro Chama Viva, ao lado do irmão, o ator e professor da Fundação Cultural de Palmas, Cícero Belém. Ambos pioneiros na articulação e ativismo cultural no Tocantins.

Licenciada em teatro pela Universidade de Brasília e especialista em Metodologia do Ensino na Educação Superior, Marcélia Belém é natural de Porto Nacional, atuou em mais de 20 peças teatrais de autores nacionais e estrangeiros, em trabalhos dirigidos por diretores do Rio de Janeiro, Brasília, Mato Grosso e Tocantins, além do filme ‘Deus é Brasileiro’, de Cáca Diegues, com Antônio Fagundes e Paloma Duarte. Realizou ainda apresentações dos espetáculos ‘Bonequinha de Pano’ de Ziraldo, entre outros, tendo trabalhado também como professora de teatro na Fundação Cultural de Palmas.