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Foto: Divulgação

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Tocantins é o primeiro estado da 3ª rota da expedição Confina Brasil – edição 2021, que faz o mapeamento de 40% do gado confinado no país. Nas primeiras visitas, os destaques são o uso de modernas tecnologias e a boa gestão das propriedades de pecuária intensiva, o que proporcionam bons indicadores de produção de carne bovina.

As visitas começaram pela Fazenda Brejinho (Pedro Afonso/TO), da família Damaceno, pioneira no estado. De acordo com Eduardo Seccarecio, engenheiro agrônomo e técnico do Confina Brasil, os proprietários conseguiram um pedaço de terra no Programa de Desenvolvimento do Cerrado (Prodecer), na década de 70, por meio do investimento de japoneses que, preocupados com a produção de alimentos no mundo, fomentaram o desenvolvimento de tecnologias e do cerrado como um todo.

Atualmente, o foco principal da fazenda é a agricultura, com cultivo próprio na maior parte da área disponível e arrendamento de terras. O confinamento conta com 95% de gado de compra anelorado e uma pequena parte é de cria da propriedade. “O que chama a atenção é a utilização de pó de rocha nas baias de confinamento. Antes de fechar os animais, os proprietários colocam nas baias cerca de 1 tonelada de pó de rocha por animal. O pó, que é rico em fósforo, se mistura com o esterco e quando é finalizado o ciclo do confinamento, faz-se a limpeza da baia e utiliza o esterco enriquecido com pó de rocha nas áreas de lavoura”, destaca Eduardo.

A Fazenda Dois Córregos (Guaraí/TO), de Antônio Meneguetti, tem capacidade estática para 1.800 cabeças. O objetivo é abater 3 mil animais em 2021, além de expandir o confinamento. Grande parte dos animais é de compra, mas em outras propriedades também se realiza a cria. A estrutura produz silagem mombaça e possui armazém de grãos.

Outra visita ocorreu no Confinamento SPI (Gurupi/TO), que alimenta o frigorífico do próprio grupo. A estrutura tem boa gestão e organização. São 10 mil cabeças estáticas, com previsão de aumento para 20 mil. “O proprietário acompanha todo o processo e tem grande preocupação com os animais, seja na higienização dos currais, disponibilização de água e retirada do esterco para não virar barro, entre várias outras. As instalações são muito bem controladas para melhorar a eficiência dos animais no confinamento, que está em expansão e recebe investimentos em sustentabilidade, incluindo a captação da água até compostagem”, explica Olavo Bottino, médico veterinário e técnico do Confina Brasil.

Os proprietários da Fazenda Iguatu (Gurupi/TO) também são donos de um supermercado. Parte do confinamento é composto por fêmeas engordadas especificamente para venda ao varejo. O confinamento conta com 1.500 cabeças estáticas e é muito bem gerido. “A produção de fêmeas é voltada para o abastecimento do supermercado. Mesmo sendo a maioria da raça Angus, os animais não são submetidos a dietas com alto nível de energia, uma vez que os consumidores do mercado de Gurupi prezam por uma carne macia e com bom acabamento, mas não tão extremo como no Sudeste do Brasil”, conta Olavo. 

Na Fazenda Vale dos Buritis (Figueirópolis/TO), os proprietários também têm supermercado. Boa parte do que produzem na fazenda abastece o estabelecimento. É o caso do feijão, soja e milho. De acordo com o técnico do Confina Brasil, o confinamento é a alternativa para a produção de carne para o supermercado com o acabamento desejável mesmo na seca. “Hoje, os proprietários produzem carne de qualidade da raça Angus. Para isso, cuidam muito bem da qualidade da dieta,”, finaliza Olavo.

A expedição tem patrocínio ouro da BRA-XP, Elanco, Casale, Nutron e UPL; e patrocínio prata da AB Vista, Associação Brasileira de Angus, Barenbrug, Beckhauser, Confinart, GA (Gestão Agropecuária), Inpasa e Zinpro.  A expedição conta ainda com o patrocínio da montadora Fiat e apoio institucional da Assocon, Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Informática, Hospital de Amor de Barretos e Sociedade Rural Brasileira.