O encerramento do 1º Encontro Nacional Sobre Pegada de Carbono na Aquicultura foi dedicado à realização de uma oficina com pesquisadores, técnicos e produtores. A atividade foi realizada na Embrapa, em Palmas, e resultou na elaboração de uma carta contendo tópicos prioritários, que será encaminhada ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). O evento aconteceu entre os dias 4 e 6, com realização do MPA e apoio do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Pesca e Aquicultura (Sepea), e de outras instituições.
Cerca de 30 especialistas de várias regiões do Brasil, incluindo representantes da Sepea, foram separados em grupos temáticos para identificar objetivos, diretrizes e ações necessárias para que o setor aquícola possa avançar em relação aos sistemas de produção com baixa emissão de gases do efeito estufa (GEE). Ao final da dinâmica, os grupos se reuniram para redigir o documento de forma colaborativa.
Quatro tópicos foram elencados como prioridade pelos especialistas para a aquicultura: construir uma base de dados de emissão de GEE para os diversos sistemas aquícolas; consolidar o domínio da pauta de baixo carbono; assegurar base jurídica para as políticas públicas de baixo carbono; democratizar o conhecimento sobre sustentabilidade.
O documento também recomenta ao MPA que seja criado um grupo de trabalho (GT) para dar seguimento e operacionalizar as atividades relativas à aquicultura com baixas emissões de GEE. A ideia é que o GT assuma a coordenação de ações que coloquem a aquicultura como um setor importante para o alcance das metas propostas pelo governo brasileiro a serem submetidas à Organização das Nações Unidas para as Mudanças do Clima. Isso daria ao setor o reconhecimento de que é uma atividade ambientalmente sustentável.
A secretária de Estado da Pesca e Aquicultura, Miyuki Hyashida, foi uma das pessoas indicadas para compor o GT, juntamente com a secretária Nacional da Pesca e Aquicultura, Tereza Nelma, o cientista chefe da Pesca e Aquicultura da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ceará (Funcap), Felipe Matias, a chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem Luiz e a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carolina Costa.
A secretária Miyuki enfatizou que o mundo inteiro está empenhado em solucionar a questão das mudanças no clima. Por isso, “é fundamental que os governos se mobilizem para promover políticas públicas que incentivem e fortaleçam os modos de produção sustentáveis, como é o caso da aquicultura em geral e da piscicultura”, afirmou a gestora.
O cientista da Funcap, Felipe Matias, disse que a aquicultura com baixas emissões de carbono é um tema que está sendo discutido mundialmente e o Brasil precisava entrar nesse debate. Segundo ele, o 1º Encontro Nacional Sobre Pegada de Carbono na Aquicultura é a semente para que o país comece a se desenvolver e a trabalhar com sistemas de baixo carbono. “O evento foi extremamente rico, com especialistas e encaminhamentos concretos para que coloquemos a aquicultura no patamar desejado”, finalizou o estudioso.