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Economia

Foto: Ingrid Barros

Foto: Ingrid Barros

O território do Bico do Papagaio é cenário para a prática de extrativismo sustentável realizada pelas quebradeiras de coco babaçu da Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP). Da parte interna localizada entre a casca (utilizada na fabricação de carvão) e a amêndoa (matéria-prima para a extração do azeite e do óleo do fruto da palmeira) está o mesocarpo, que dá origem à farinha de coco babaçu. Nutritiva e sem glúten, a farinha vegana é o principal produto a ser beneficiado no Entreposto Viva Babaçu, no centro da cidade de São Miguel do Tocantins (TO). 

A reforma do espaço construído no ano 2000 é resultado de uma iniciativa conjunta entre as quebradeiras de coco da ASMUBIP, Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais (CAA), DGM Brasil, Alternativa para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO), PPP-Ecos, ISPN, Fundo Amazônia,, Banco Mundial, Climate Investment Funds (CIF) e CERES Projeto Cerrado Resiliente. A revitalização do espaço e a compra de maquinário contou com um investimento de mais de R$ 250 mil em um período de 2 anos de execução.

“É importante destacar a importância dos financiamentos socioambientais para as quebradeiras de coco babaçu e para todos os segmentos de guardiões das florestas, das Águas da vida e dos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga. Esses financiamentos são fundamentais para a recuperação e preservação desses ecossistemas. Os investimentos são um reconhecimento e apoio a esses guardiões, incluindo as mulheres da floresta e das águas. Juntas, podemos garantir um futuro sustentável para todas e todos”, explica Maria do Socorro Teixeira Lima, coordenadora-Geral da ASMUBIP.

(Foto: Ingrid Barros)

Durante a inauguração do espaço, dia 25 de novembro, haverá o lançamento da marca Viva Babaçu, com identidade visual desenvolvida pela agência de design paraense Libra. O produto, que entra como uma alternativa saudável ao amido de milho, será comercializado no mercado local em duas versões: na embalagem de 200g e outra, de 500g. Além do mesocarpo, outros produtos derivados do coco babaçu serão fabricados e porcionados na agroindústria das Quebradeiras de Coco como o azeite e o óleo. 

"A criação de um entreposto representa mais do que uma simples estrutura industrial. É a materialização de oportunidades e possibilidades para as Quebradeiras de Coco. Ao terem acesso a um local regularizado junto à vigilância sanitária, elas não apenas garantem a qualidade e segurança dos produtos, mas também abrem portas para novos mercados.", explica Selma Yuki Ishii, Diretora Executiva da Alternativa para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO)

O evento também conta com atividades em prol do fortalecimento do babaçu como a visita guiada ao espaço de beneficiamento; assinatura do termo de cooperação técnica entre ASMUBIP, MIQCB e Prefeitura de São Miguel; feira de produtos e lançamento do novo site da ASMUBIP.