A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 23, a Operação Máximus, para apurar crimes de corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa no Judiciário do Estado do Tocantins.
Policiais Federais cumprem dois mandados de prisão preventiva e 60 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, nos estados de Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito Federal. Foram, ainda, determinadas medidas cautelares diversas da prisão, como o afastamento de cargo público, o sequestro e a indisponibilidade de bens, direitos e valores dos envolvidos.
As investigações apuram suposta negociação para compra e venda de decisões e atos jurisdicionais, bem como condutas que visam lavar o dinheiro oriundo da prática criminosa investigada.
A Polícia Federal não divulgou nomes, mas de acordo com informações que o portal de notícias UOL teve acesso, estão na mira da operação de hoje: a presidente da Corte estadual, Etelvina Maria Sampaio Felipe e a vice-presidente Ângela Maria Ribeiro Prudente, além da desembargadora Ângela Issa Haonat e o desembargador João Rigo Guimarães, que preside o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. Também são investigados os juízes José Maria Lima, Marcelo Eliseu Rostirolla, Océlio Nobre da Silva e Roniclay Alves de Moraes (que até o ano passado era auxiliar da Corregedoria da Corte estadual).
Dois investigados foram presos preventivamente: Thales André Pereira Maia, filho do desembargador do TJ/TO Helvécio Maia, e o advogado Thiago Sulino, advogado, que teria ligações com o gabinete de uma desembargadora.
Máximus
O nome da operação faz referência à personagem do filme Gladiador (Máximus), que lutou contra a corrupção na cúpula do poder no Império Romano.
Operação Fames
A ação ocorre dois dias depois de a PF ter deflagrado a Operação Fames-19 contra o governador do Estado, Wanderlei Barbosa, sob suspeita de desvios na contratação de empresas para a distribuição de cestas básicas na pandemia de Covid-19. O nome do governador Wanderlei também consta em lista de alvos da operação desta sexta-feira (são mais de 50 nomes).
Poder Judiciário
Por meio de nota, o Poder Judiciário do Tocantins (PJTO) informou que atendeu a Operação Máximus da PF e repassou todas as informações necessárias. Ressalta também que, até o momento, não foi oficiado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o afastamento de nenhum membro do Judiciário tocantinense e que segue à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários.
Em nota o PJTO complementa que o expediente na Presidência do Tribunal de Justiça, bem como em seu edifício sede, na Corregedoria-Geral da Justiça, Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), comarcas do Estado e todas as unidades ligadas ao Poder Judiciário do Tocantins, segue normal nesta sexta-feira.
TRE/TO
O Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) informou que não é alvo da ação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira e que as unidades da Justiça Eleitoral, como a sede em Palmas (TO) e todas as 33 zonas eleitorais no Estado, mantêm o atendimento nesta data.