Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, teve morte encefálica confirmada nesta sexta-feira, 11. Vítima de espancamento, ela estava internada na UTI do Hospital Geral de Palmas (HGP) desde o dia 22 de março. O governador Wanderlei Barbosa e a Secretaria de Estado da Mulher divulgaram nota de pesar.
"Delvânia não é estatística. É grito sufocado, é urgência, é memória viva da brutalidade que precisa parar. Seu nome agora ecoa como um chamado à Justiça e à responsabilidade coletiva de proteger cada mulher deste estado. A Secretaria da Mulher lamenta profundamente esta perda e se solidariza com os familiares, amigos e toda a sociedade tocantinense que se comoveu com o caso. O feminicídio é a expressão mais cruel da desigualdade de gênero e reforça a urgência de ações efetivas de combate à violência contra a mulher em todas as suas formas", lamentou a Secretaria da Mulher.
O governador Wanderlei disse ter recebido a notícia de falecimento com imensa tristeza e destacou a urgente necessidade de ações em defesa da segurança das mulheres tocantinenses. "Vítima de feminicídio, Delvânia parte precocemente aos 50 anos, deixando não apenas as lembranças da mulher forte que era, mas também a urgente necessidade de agirmos com ainda mais firmeza pela segurança das mulheres tocantinenses".
O governador confirmou que desde o início deste caso brutal, determinou todas as providências, tanto por parte da equipe multidisciplinar que atendeu Delvânia no Hospital Geral de Palmas, como da Polícia Civil para a apuração do crime e punição do culpado por parte da Justiça.
"Neste momento de profundo pesar, me solidarizo com amigos, familiares e reafirmo meu compromisso no combate à violência contra a mulher. Que Deus possa consolar o coração de todos que sofrem com essa imensa perda", lamentou o governador.
Entenda o caso
Segundo apurações da 54ª Delegacia de Polícia Civil de Caseara, Delvânia foi violentamente agredida por seu então namorado, Gilman Rodrigues da Silva, de 48 anos, em uma chácara na zona rural do município, causando lesões gravíssimas, sobretudo na região da cabeça. Gilman, que é ex-vice-prefeito de Caseara, foi indiciado e está preso.
Em coletiva de imprensa, para esclarecimentos sobre o caso, o delegado José Lucas detalhou o passo a passo das investigações realizadas pela Polícia. “Segundo apontaram as investigações da Polícia Civil, no dia dos fatos, teria havido um desentendimento entre o casal, o qual evoluiu para vias de fato, sendo que em determinado momento, G.R.S. se armou com um cabo de rodo e desferiu vários golpes que atingiram, sobretudo, a cabeça da vítima, mais precisamente na região na nuca, causando graves lesões”, disse a autoridade policial.
As investigações da Polícia também revelaram que, no momento em que era agredida, Delvânia conseguiu enviar áudios em um grupo de aplicativo de mensagens que reúne moradores de Caseara, pedindo ajuda e dizendo que seu companheiro a estava agredindo. “Importante frisar também que, por meio das investigações, foi possível apurar que o autor também mandou áudios no mesmo grupo dizendo que estava tudo bem e que não tinha havido agressão à vítima, o que retardou o socorro à Delvânia”, pontuou o delegado José Lucas.