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Saúde

Foto: Ellayne Czuryto/SecomTO

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O número de mortes por câncer de Cabeça e Pescoço no Brasil pode crescer 86% até 2050, segundo o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP). Diante desse cenário, o diagnóstico precoce é essencial e pode elevar as chances de cura para até 90%, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). No Brasil, ainda de acordo com a entidade, mais de 41 mil novos casos da doença são registrados anualmente, e a maioria é descoberta em estágios avançados — o que dificulta o tratamento e compromete o prognóstico.

Exames de imagem como ultrassonografia e tomografia computadorizada são ferramentas fundamentais para o diagnóstico precoce, que pode vir a ser complementado com ressonância magnética e PET-CT, conforme alerta a médica radiologista do grupo de Cabeça e Pescoço do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InRad HCFMUSP), Regina Lúcia Elia Gomes, que atua como consultora radiológica na reunião da equipe multidisciplinar do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FMUSP.

“A ultrassonografia costuma ser o primeiro passo: é simples, acessível e não invasiva, ideal para investigar a maioria dos nódulos na região do pescoço. Já a tomografia computadorizada oferece imagens rápidas e detalhadas, especialmente útil para o estadiamento de tumores em pacientes que não conseguem permanecer deitados por muito tempo, para uma avaliação inicial de lesões de partes moles que comprometem a face ou a base do crânio, e também para avaliar a relação com as partes ósseas, bem como complementar os achados ultrassonográficos. A ressonância magnética é indicada para complementar a avaliação das partes moles, particularmente na avaliação de comprometimento encefálico e disseminação perineural, e o PET-CT fornece informações sobre a atividade metabólica do tumor e possíveis metástases, sendo indicados conforme cada local do tumor primário”, detalha Regina.

Segundo a especialista, além de confirmar a presença do tumor, esses exames são fundamentais para determinar a localização exata, o estágio da doença e a presença de metástases, além de poder orientar a realização de eventuais biópsias. “Essas informações são essenciais para que a equipe médica possa definir o tratamento mais adequado — que pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, bem como uma combinação destas”, finaliza.

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Perigo do sexo oral desprotegido

Entre os tumores mais frequentes da região estão os que atingem a laringe, cavidade oral, orofaringe, tireoide, pele, olhos e cérebro. Feridas que não cicatrizam, rouquidão persistente, dificuldade para engolir, nódulos no pescoço, tosse prolongada e manchas na boca devem ser investigados.

Homens acima dos 50 anos ainda são os mais atingidos, mas casos em jovens de 20 a 30 anos têm aumentado, impulsionados pelo uso de cigarro e infecção por HPV transmitida por sexo oral desprotegido, segundo Luiz Paulo Kowalski, Professor Titular do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FMUSP.

Fontes: Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP); Instituto Nacional do Câncer (INCA); Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).