Você sente dor de cabeça com frequência e já tentou de tudo, mas ainda não descobriu a causa? Pois saiba que o problema pode estar nos seus olhos. A dor de cabeça, também conhecida como cefaleia, é um dos sintomas mais comuns entre os brasileiros e pode ter diversas origens. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, mais de 140 milhões de brasileiros sofrem com o problema, e o que muita gente não imagina é que alterações oculares estão entre os principais gatilhos. E nem sempre é preciso ter um problema grave na visão para isso acontecer.
“Erros de refração não corrigidos ou corrigidos de forma inadequada, uso excessivo de telas, olho seco, presbiopia, estrabismo, inflamações oculares e até doenças autoimunes podem provocar dores de cabeça”, explica o Dr. Leopoldo Ribeiro, oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One.
O especialista alerta que os sintomas nem sempre são fáceis de identificar como oculares, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador. “É comum o paciente sentir dor ao redor ou dentro dos olhos, notar uma perda momentânea de parte da visão, enxergar pontos cintilantes, ter lacrimejamento, sensibilidade à luz e até visão dupla”, detalha o médico do H.Olhos.
Entre os principais vilões estão os erros refrativos – como miopia, astigmatismo e hipermetropia –, especialmente quando os óculos estão com a receita desatualizada ou são usados de forma errada. O esforço excessivo para enxergar pode levar à fadiga visual e, consequentemente, à dor de cabeça. Outro fator importante é a chamada presbiopia, popularmente conhecida como “vista cansada”, que costuma aparecer a partir dos 40 anos.
Para quem passa muitas horas em frente ao computador ou ao celular, o alerta é ainda maior. “O uso excessivo de telas exige esforço visual constante e exposição prolongada à luz azul, o que contribui diretamente para o surgimento de dores de cabeça de origem ocular”, ressalta o Dr. Leopoldo.
Segundo o médico, essa exposição prolongada também está associada ao agravamento do olho seco — uma condição em que há redução na produção de lágrimas ou má qualidade da lubrificação ocular —, outro fator importante na origem da cefaleia.
Outro ponto que costuma gerar dúvida é a diferença entre a enxaqueca clássica e a ocular. “A enxaqueca ocular geralmente dura menos tempo e está ligada a espasmos nos vasos sanguíneos da retina. Ela pode provocar pontos cegos, flashes de luz ou distorções nas imagens. Já a enxaqueca comum pode durar até 72 horas e vem acompanhada de dor pulsátil em um dos lados da cabeça, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som”, diferencia Ribeiro.
Muitas pessoas têm dúvidas sobre quando procurar um oftalmologista. O ideal, segundo o Dr. Leopoldo, é não esperar a dor se tornar constante. “Assim que os primeiros sintomas aparecerem, o paciente deve buscar avaliação oftalmológica. A consulta pode identificar causas visuais que muitas vezes passam despercebidas”, orienta o oftalmologista do H.Olhos.
O exame oftalmológico completo vai muito além do teste de visão tradicional. “Avaliamos a acuidade visual, a necessidade de correção com lentes ou óculos, o reflexo pupilar, a motricidade ocular (a movimentação dos olhos), a superfície ocular, a pressão intraocular e o fundo de olho", explica o Dr. Leopoldo.
E engana-se quem pensa que o problema atinge apenas adultos. Crianças e adolescentes também podem sofrer com dores de cabeça causadas por questões oculares, especialmente pela exposição excessiva a telas e erros refracionais não diagnosticados.
Além de manter as consultas oftalmológicas em dia, algumas medidas simples ajudam a evitar esse tipo de dor. “É fundamental garantir boa iluminação ao ler ou trabalhar, fazer pausas visuais a cada hora, manter-se bem hidratado e usar os óculos ou lentes com a prescrição correta”, finaliza o Dr. Leopoldo Ribeiro, oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da Rede Vision One.