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Saúde

Foto: Nielcem Fernandes

Foto: Nielcem Fernandes

O Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins (Sindifato) protocolou nessa segunda-feira, 17 de novembro, o Ofício n. 019/2025  junto ao secretário de Estado da Saúde, Vânio Rodrigues de Souza. O documento alerta para situação caótica de déficit de farmacêuticos nos hospitais e agências transfusionais estaduais, que, segundo a entidade, coloca em risco a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes em todo o Tocantins.

A principal queixa do Sindifato é o número reduzido de profissionais farmacêuticos, o que tem levado a uma sobrecarga de trabalho insustentável para os servidores concursados. A entidade representativa reclama que essa condição exaustiva tem sido a causa de um crescente número de afastamentos por adoecimento e de uma perceptível queda na qualidade de vida dos profissionais, que se desdobram para manter os serviços essenciais em funcionamento.

O presidente do sindicato, Renato Soares Pires Melo, destacou a gravidade da situação. “Apenas para exemplificar, na Agência Transfusional do Hospital Geral de Palmas (HGP), observamos um aumento exponencial no volume de procedimentos por plantão, que saltou de 15 a 18 para 25 a 30. No entanto, o número de farmacêuticos para atender essa demanda não apenas não cresceu, como foi reduzido. Isso significa que um único profissional de nível superior, com o auxílio de um de nível médio, precisa gerenciar simultaneamente a porta, o telefone, a bancada, a liberação de produtos, a conferência, o recebimento de estoque e amostras, entre outras tarefas. Tal realidade é impraticável e perigosa para todos", disse. 

A falta de profissionais adequados resulta em uma série de riscos diretos à população. O Sindifato destaca que além do potencial fechamento de unidades de saúde caso o número de profissionais doentes impeça a cobertura das escalas, a sobrecarga constante leva à dependência de horas extras contínuas, que deveriam ser esporádicas. “Essa prática não só desrespeita a legislação trabalhista, como também expõe o profissional a erros e compromete a sua capacidade de oferecer a devida orientação e atenção ao paciente”, alerta Melo.

Constante nas gestões estaduais 

A entidade salienta que essa problemática não é nova e tem sido uma constante nas gestões estaduais da saúde. “Esta é uma situação recorrente. As várias mudanças de gestão acabam agravando os problemas da falta de servidores nas unidades de saúde administradas pelo Governo doEstado. Há mais de uma década, o estado do Tocantins não realiza concurso público para a categoria farmacêutica, o que impede a reposição de quadros e perpetua o déficit”, afirma o presidente Renato. 

Diante do cenário, o Sindifato solicitou ao secretário Vânio Rodrigues de Souza que adote providências urgentes para sanar o déficit de pessoal nas farmácias hospitalares, agências transfusionais e em todos os setores onde a presença do farmacêutico é crucial. O objetivo é garantir um dimensionamento de pessoal adequado para assegurar a qualidade e a segurança dos serviços prestados à comunidade.

Audiência 

Para debater soluções concretas e apresentar propostas que visem a melhoria da assistência farmacêutica e das condições de trabalho, o Sindicato reiterou o pedido de uma audiência com o secretário de Estado da Saúde.

"Farmacêutico, sua voz é fundamental!", conclama o Sindifato. A entidade representativa conclama os farmacêuticos do Tocantins a relatarem as dificuldades enfrentadas em seus locais de trabalho. "Suas experiências são essenciais para fortalecer a argumentação do sindicato e garantir que as demandas da categoria e da população sejam atendidas", sustenta o presidente Renato. 

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