A senadora Kátia Abreu, presidente da FAET e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, conseguiu, na tarde dessa segunda, 12, a adesão do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, à ideia de privatização da hidrovia do Rio Tocantins. Kátia esteve no Rio de Janeiro com Fraga na empresa do economista, a Gávea Investimentos, onde a senadora apresentou a importância logística da hidrovia para o transporte de grãos e de produtos da Zona Franca de Manaus, passando pelo Tocantins.
Kátia fez a Fraga a mesma apresentação que empolgou a presidente Dilma Rousseff há duas semanas no Palácio do Planalto. Na oportunidade, Dilma pediu a Kátia que fizesse a mesma explanação ao Conselho do Programa de Aceleração do Crescimento, para colocar a hidrovia dentre obras prioritárias do PAC.
Kátia disse que Armínio Fraga demonstrou interesse no projeto, informando o ex-presidente do BC que tem empresários interessados na privatização da hidrovia e que já estariam até mesmo participando do processo de privatização levado adiante pelo governo federal. Alguns empresários teriam investimentos no setor de açúcar e álcool na região e a logística seria fundamental para os seus negócios.
Pelo projeto de Kátia Abreu, ahidrovia do Rio Tocantins pode transportar além das 56 milhões de toneladas de grãos das regiões Norte e Centro-Oeste e representa uma logística relevante no transporte da produção industrial da Zona de Franca de Manaus (AM) para o Sul do País (e os maiores centros consumidores.).
Hoje Manaus produz 13 milhões das 3,9 milhões de toneladas da produção industrial brasileira. É produção que segue para o Sul por navios de cabotagem (pelo litoral) a custo mais elevado, o que aumenta o preço do produto ao consumidor. Pela hidrovia, estudos indicam que cerca de 60% dessa produção pode ser transportada por hidrovia, cruzando o Estado do Tocantins.
A hidrovia do Tocantins custaria por volta de R$ 1,6 bilhões. Este valor, somado às obras necessárias em outras hidrovias da região e à estruturação dos portos e a implantação da derrocagem até Belém alcançaria o montante de R$ 4,6 bilhões. Conforme defende Kátia Abreu, a produção seguiria de Manaus até Belém pelo rio Amazonas, de lá utilizaria a hidrovia do Tocantins, alcançando a Ferrovia Norte-Sul que, em Figueirópolis (TO), alcançaria o ramal da Ferrovia Leste-Oeste até o porto de Ilhéus (ao Leste) e à região produtora de Sorriso, no Mato Grosso, a Oeste. Pela ferrovia seguiria até Mogiana e aos portos do Sul.
Uma das vantagens apresentadas por Kátia Abreu é o fato do transporte hidroviário ser o mais barato. Hoje, o custo do transporte de uma tonelada/1 mil km é da ordem de US$ 18 pelo modal hidroviário. Já por ferrovia, o custo aumenta para US$ 26 chegando a US$ 42 pelo transporte da mesma quantidade por rodovias. Com a viabilização da hidrovia do Tocantins, praticamente toda a produção da Zona Franca e da agropecuária do Norte do país, cruzaria o Estado do Tocantins, gerando riquezas. Levando-se em consideração impostos e até mesmo o que pode ser ganho, como avalia Kátia Abreu, por exemplo, com a distribuidora de combustíveis da Petrobras que será instalada em Palmas, com a movimentação de um bilhão de litros de combustível por ano. (Ascom/Kátia Abreu)