O Tocantins está na 14ª posição em produção de pescado no ranking nacional do Ministério da Pesca e Aquicultura. Somente em 2014 foram produzidas 15 mil toneladas, aquecendo o mercado de pescado e movimentando R$ 180 milhões. As condições climáticas favoráveis, topografia plana, água em boa quantidade e qualidade, além de logística, colocam o Tocantins como um lugar estratégico para produzir pescado.
Os sistemas de criação de peixes no Estado são em viveiros, barramentos e tanques-rede (gaiolas). Os peixes produzidos são o tambaqui, pirarucu, cachara, piau e caranha. O Estado tem registradas, atualmente, 36 colônias e cerca de seis mil pescadores e possui também quatro frigoríficos para abate de peixes, todos com autorização do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que permite comercializar a produção. A comercialização de pescado é tanto de peixe abatido, quanto de alevinos (filhotes de peixe) e os compradores do peixe tocantinense são o Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e estados do nordeste do Brasil.
O biólogo da Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca (Seagro), Alexandre Godinho, conta que o aumento mundial de consumo de carne branca aqueceu o mercado brasileiro e tocantinense. “Em torno de 20% da proteína consumida no mundo é de pescado. No Brasil, nos últimos 10 anos, mais que dobrou o consumo de pescado. O último levantamento feito em 2013 já indicou algo em torno de 14 quilos de consumo per capita, ou seja, os brasileiros consumiram naquele ano em torno de 14 quilos de peixe”, explicou.
No Tocantins não há estudo que aponte o consumo de pescado pela população, porém, estima-se que siga a média nacional. A vendedora autônoma Salaitt Borges é consumidora do pescado tocantinense. “Eu consumo peixe pelo menos duas vezes por semana. Faço frito, assado e ao molho. Hoje escolho o tambaqui por ser mais barato, ter qualidade e eu gosto do sabor”, destacou.
Incentivo
Alexandre Godinho afirma que as ações desenvolvidas pelo Governo do Estado para fomentar a produção de pescado em águas tocantinenses são capacitação de técnicos, gestores, piscicultores e pescadores em aquicultura e pesca, implantação de parques aquícolas em águas públicas estaduais, apoio e promoção de eventos e também apoio à realização de estudos em pesquisas aquícolas e pesqueiras.
“O Estado está bastante coberto neste setor, pois tem a Seagro trabalhando com políticas públicas, incentivando e buscando parcerias, e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins) dando assistência técnica e extensão rural ao piscicultor”, destacou o biólogo.
Engenheiro de Pesca do Instituto, Andrey da Costa afirma que, para o Ruraltins, a expectativa é ainda mais otimista para este ano. “O Tocantins atingiu essa posição devido a uma força de todos os setores da piscicultura, tanto do nosso trabalho técnico, como de outros órgãos, incluindo a iniciativa privada. Ainda tem muito espaço para alcançarmos números ainda mais significativos este ano”, disse.
Segundo ele, a previsão de produção para este ano, somente para o Parque Aquícola de Lajeado, nas áreas destinadas aos pequenos aquicultores é de 10 mil toneladas. “Temos grandes chances de ficar entre os primeiros do país, porque a meta para este ano é abranger mais piscicultores”, reforçou Costa. (Secom-TO)