Após dois trimestres de queda os indicadores de nível de atividade e número de empregados na indústria tocantinense apresentaram melhoras: ambos ficaram bem perto da linha dos 50 pontos - mínimo ideal - ensaiando uma leve recuperação. Em contrapartida, a ociosidade do parque fabril aumentou de dezembro de 2016 para março de 2017. A utilização da capacidade instalada passou de 62% para 58%, menor resultado desde 2013. Os dados são da Sondagem Industrial, pesquisa realizada periodicamente pela Federação das Indústrias do Tocantins (FIETO) e Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Conforme a pesquisa, os estoques de produtos finais demonstraram aumento no período, chegando bem próximo do usual, mas não o suficiente para ajustar os estoques ao nível planejado. A dificuldade financeira é o maior problema enfrentado pelos empresários industriais do Tocantins: todos os indicadores apresentaram queda entre o quarto trimestre de 2016 e o primeiro trimestre de 2017.
A falta e o alto custo da energia elétrica permanecem como grandes entraves à indústria tocantinense, aponta o levantamento. Em segundo, vem a elevada carga tributária que voltou a assombrar os empresários e em terceiro e quarto lugar aparece a inadimplência dos clientes e a falta de capital de giro, respectivamente, problemas que impactam diretamente a situação financeira das empresas.
Analisando os indicadores de expectativas para os próximos seis meses, a Sondagem Industrial da Fieto revelou que todos eles apresentaram aumento entre o mês de janeiro e abril de 2017. Os empresários estão otimistas quanto a ampliação da demanda e compra de matéria-prima, mas permanecem cautelosos em ampliar o número de empregados.
A expectativa da quantidade exportada voltou a cair alcançando apenas 21 pontos. A propensão a investir apresentou queda considerável de 9 pontos, consequência do aumento da dificuldade de acesso ao crédito. Os indicadores permaneceram abaixo da linha divisória, demonstrando que a atividade industrial se mantém abaixo do usual. Apesar disso, a tímida melhora no desempenho das indústrias pode ser o primeiro sinal de recuperação da prolongada crise econômica.
Para a gerente do Unidade de Desenvolvimento Industrial da Fieto, Greyce Labre, apesar do período de crise bastante prolongado, com impactos negativos para o setor industrial, a pesquisa revelou um dado interessante: a confirmação de que são nas crises que as inovações e melhorias no processo de produção realmente acontecem.
“Especificamente nesse 1º trimestre percebemos isso. Houve melhora na produção, mesmo diante de um quadro em que o empresário não aumentou sua equipe e utilizou menos a sua capacidade instalada. Ou seja, ele teve que fazer mais com menos e para isso podem ter sido feitas mudanças como ter implantado uma melhoria em algum processo, reduzir a matéria-prima ou mesmo inovar em alguma etapa do processo produtivo”, destacou.