O terceiro dia de julgamento da chapa Dilma-Temer promete ser bastante movimentado. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, agendou três sessões para esta quinta-feira (8).
A primeira, daqui a pouco, às 9h. A segunda será às 14h e a terceira sessão de julgamento no TSE, está marcada para às 19h.
O advogado Diogo Rais é especialista em direito eleitoral. Para ele, ao agendar sessões para todo o dia, o TSE sinaliza que tem pressa em decidir se Dilma Rousseff e Michel Temer cometeram irregularidade na campanha eleitoral de 2014.
Os sete ministros do TSE devem decidir, ainda hoje, se as delações premiadas dos executivos da Odebrecht são válidas nesse processo. Para as defesas de Dilma e Temer, esses depoimentos devem ser descartados, porque não faziam parte da denúncia que deu início à ação judicial.
O relator do caso, ministro Herman Benjamin, considerou as provas legítimas e usou essas informações no voto. Perguntamos ao especialista em direito eleitoral, Diogo Rais, o que pode acontecer com o voto de Herman Benjamin, que é a base desse julgamento, caso o plenário concorde com as defesas e retire as delações do processo.
O cientista político Márcio Malta chama atenção para o fato de que, apesar do afastamento provocado pelo processo de impeachment, pela primeira vez PT e PMDB estão falando a mesma língua.
De acordo com o cientista político, faz sentido tanta preocupação. No pior cenário para os dois partidos, a chapa seria condenada: Dilma Rousseff ficaria inelegível por oito anos, enquanto Michel Temer seria afastado do cargo. Mas, mesmo nesse caso, os efeitos não seriam imediatos, como destaca Márcio Malta.
Além das sessões de hoje, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, convocou sessões para amanhã e sábado, também às 9h, às 14h e às 19h. (EBC)