A deputada federal Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO) saiu em defesa de medidas para ampliar o número de mulheres ocupando cargos políticos, devido a um projeto protocolado pelo senador Ângelo Coronel (PSD/BA) nesta quarta-feira, 27, que propõe a revogação da cota de 30% do fundo partidário para candidaturas femininas. A deputada destacou que apesar do crescimento de mulheres ocupando cargos políticos nos últimos anos, o Brasil ainda possui um dos piores índices mundiais em equidade de gêneros na política.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Brasil está na 152ª posição entre os 190 países com esses dados divulgados. Na América Latina o Brasil está em último lugar. “Ocupamos as piores posições nos principais rankings e precisamos não apenas defender as políticas públicas que já temos, mas também nos engajarmos veementemente na criação de novos mecanismos para mudar esse cenário”, afirmou Dorinha.
Em abril de 2018 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu fixar um patamar mínimo de 30% do fundo eleitoral para candidaturas de mulheres em todos os cargos legislativos. A regra já foi aplicada durante as eleições do ano passado. Na Câmara dos Deputados, a legislatura começou com um crescimento de 15% no número de deputadas federais, ainda assim elas ocupam apenas 78 das 513 vagas disponíveis.
Dorinha afirma que o preconceito ainda é grande no meio no político. “É comum na nossa luta pelo aumento da participação da mulher na política ouvir que mulher não gosta de política e que mulher não quer ser candidata”. Isso não é verdade. O que ocorre é o preconceito que retira mulheres de posições de lideranças e dificulta o caminho em direção a cargos políticos. Esse é o desafio de nós mulheres que chegamos até aqui. Lutar por políticas públicas ajudem outras mulheres a driblarem esses obstáculos”, afirmou.
Mais formação e menos autoridade
Apesar do índice de formação profissional das mulheres ser maior que o dos homens, elas ocupam um número inferior nos cargos de liderança. Segundo o IBGE 21,5% das mulheres no mercado de trabalho concluíram o nível superior e entre os homens 15%, no entanto apenas 31,1% das mulheres ocupam cargos gerenciais, enquanto os homens estão em 60,9% das vagas.
“Nos mulheres somos a maioria em nível de formação profissional e na hora de escolher autoridades o espaço é ocupado por homens. A luta pelo empoderamento deve ocorrer nos espaços educativos, preparando cada mulher desse país que queira ser uma líder, vereadora, prefeita, deputada e qualquer outro cargo de autoridade na iniciativa privada, executivo, legislativo ou judiciário ocupe esse espaço. Não por disputa com homens, mas porque ele é nosso por direito”, defende Dorinha.