Estão abertas as inscrições para o curso de curtimento artesanal da pele de tambaqui e confecção industrial de manufaturados. As aulas acontecem em Sorriso (MT), de 25 a 28 de novembro, no frigorífico Delicious Fish. Há poucas semanas foi realizado no mesmo local um curso de curtimento industrial e manufatura artesanal, ensinando como as pessoas poderiam produzir artefatos de couro de peixe em casa, para aumentar a renda.
Um diferencial desses cursos é o uso de tecnologias e reagentes menos poluentes e mais efetivos, em sintonia com demandas do mercado. O curso está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pois demonstra o curtimento com uso de tanino sintético, sem aplicação de cromo no processo. O cromo é um metal utilizado em forma de solução para curtir o couro pela maioria dos curtumes no mundo, mas tem problemas ambientais por ser tóxico.
Der acordo com Manuel Jacintho, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), realizadora do treinamento, os participantes vão terminar o curso sabendo transmitir a tecnologia de manufaturados com couro de tambaqui de forma industrial aos produtores e técnicos da cadeia produtiva de pescados.
“Eles também terão capacidade de indicar a infraestrutura necessária para a implantação de uma unidade industrial de confecção de manufaturados com couro de tambaqui, assim como informações sobre a legislação vigente de descarte de resíduos sólidos”, disse Jacintho.
O curso é dirigido a pessoas interessadas no curtimento da pele de peixe e na confecção de manufaturados, principalmente o tambaqui. Os maiores produtores desse peixe no país são Rondônia, Mato Grosso e Maranhão. As aulas acontecem de segunda a quinta, sempre das 8h às 18h (com intervalo para almoço) e são gratuitas. As inscrições podem ser feitas até dia 22 neste link.
Veja neste vídeo como foi o curso anterior, realizado em Sorriso.
BRS Aqua
A transferência de tecnologia sobre a pele do tambaqui é uma atividade prevista no BRS Aqua, um projeto que envolve mais de 20 Unidades da Embrapa e conta com financiamento do Fundo Tecnológico do BNDES / Funtec, da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa, recurso que está sendo executado pelo CNPq) e da própria Embrapa. O nome oficial do projeto é “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil”.