Em 2020, com o incentivo da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Sics), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), realizou o Censo da Piscicultura do Tocantins. O estudo foi financiado pelo Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do Tocantins (FDE), e abrangeu os 139 municípios do Estado.
O desenvolvimento da piscicultura tem alcançado um importante crescimento em termos de representatividade na economia do Tocantins. O censo teve como objetivo dar solidez ao diagnóstico produtivo e comercial desta cadeia, buscando gerar um banco de dados confiável, para o desenvolvimento de políticas públicas para o setor, além de fomentar com informações os planejamentos de todas as partes envolvidas nesse processo.
Com a realização do censo, foi possível realizar o mapeamento, identificação e classificação da cadeia produtiva. Além de traçar o perfil da produção, dos produtores e das propriedades; indicando o nível de estruturação e as principais oportunidades e desafios.
Durante a realização do estudo, foram percorridos mais de 89 mil km. Os pesquisadores visitaram 2.600 propriedades, identificando 1.099 pisciculturas. Dos 139 municípios do Estado, 120 contam com no mínimo uma estrutura de piscicultura. A produção de pescado no Estado soma um total de 14.328,62 kg.
A pesquisa dividiu o Estado em seis regionais, sendo elas: Araguaína, Araguatins, Gurupi, Miracema, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional e Taguatinga. Quase metade das pisciculturas pesquisadas são do tipo comercial (46,2%). Esse dado representa 80% da área total de produção das propriedades levantadas. Por outro ponto, 17% dos entrevistados declaram ter a atividade como renda de subsistência e 9,6% como prática de lazer.
Na categorização das pisciculturas para fins comerciais por regional, a maioria dos proprietários se encontram nas regionais de Paraíso do Tocantins com 58,8%, em segundo vem Araguatins com 56,07% e Taguatinga com 53,6%.
Entre os sistemas produtivos adotados no Tocantins, está o semi-intensivo, que são viveiros e barragens, geralmente de pequeno volume. Dentre os produtores entrevistados, 47% declaram utilizar este modelo de criação no Estado.
O Tocantins possui 57.032 km de lâmina d’água, segundo o Atlas do Tocantins – Subsídios ao Planejamento da Gestão Territorial (Secretaria de Planejamento do Tocantins, 2012). No Censo realizado pelo Ruraltins, foi contabilizada uma área de 27.196.622m² destinada para a piscicultura. Deste total, a região sudeste conta com 14.673.971m².
A pesquisa também revelou que a espécie de peixe mais desenvolvida é o Tambaqui, com uma produção anual de quase 7 mil quilos, representando 48,03% da produção tocantinense. Em segundo lugar, está a caranha, com 1.626.944kg - uma parcela de 11,35%; em seguida, os peixes redondos (pacu, tambacu, tambatinga e paqui), que, junto, somam 3.356.122kg e são responsáveis por 23,42% da produção estadual. Outras espécies criadas no Estado são a matrinchã/piabanha, o piau, surubim/pintado, pirarucu/pirosca, lambari/piaba, curimbatá/curimba e a tilápia.
Quanto à comercialização, o Censo apontou que 42% dos piscicultores vendem sua produção diretamente ao consumidor. A venda para estabelecimentos comerciais e para intermediários representam 16% e 15%, respectivamente. Já as vendas para frigoríficos e abatedouros correspondem a 4%.
Com o Censo da Piscicultura, foi possível levantar um diagnóstico deste importante setor produtivo do Estado. Para o secretário da Indústria e Comércio, Tom Lyra, acompanhar e conhecer a fundo as particularidades e necessidades de cada setor são fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas que possam contribuir para o desenvolvimento dos mesmos e consequentemente do Estado, assim como anseia o governador Mauro Carlesse. “Temos como principal diretriz integrar e descentralizar a informação”, pontuou o gestor.
O Tocantins é um dos poucos estados brasileiros que conta com um estudo aprofundado sobre sua produção pesqueira e suas potencialidades. Queremos que este estudo seja uma bússola para todos que desejam investir nesta área produtiva e para isso conhecimento é fundamental”, concluiu.
Parcerias
O levantamento também contou com o apoio da Embrapa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) e da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).