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Foto: Thiago Tardivo/SecomTO

Foto: Thiago Tardivo/SecomTO

Aumentos de 52% no faturamento e de 49% na quantidade de peixes exportados pelo país quando se compara o primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2024. Esse é um dos principais dados obtidos a partir da avaliação periódica do comércio exterior da piscicultura nacional que a Embrapa Pesca e Aquicultura (Pamas-TO) faz em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). O último número do boletim técnico acaba de ser publicado e pode ser conferido neste link.

Entre janeiro e junho de 2025, o país exportou mais de 8.000 toneladas de peixe, que renderam mais de U$ 35,9 milhões. Fazendo o recorte por mês, março foi o destaque, com mais quantidade exportada (acima de 1.600 toneladas) e maior faturamento (acima de U$ 7,8 milhões).

Considerando apenas o segundo trimestre, a espécie mais vendida foi a tilápia, responsável por 95% das exportações da piscicultura nacional. Essa liderança já é tradicional. O tambaqui, com 2%, ficou em segundo lugar; a espécie é, também tradicionalmente, a nativa brasileira mais exportada. Além de serem as espécies mais exportadas, tilápia e tambaqui são as mais produzidas no Brasil.

Outro dado que se repetiu no segundo trimestre foi com relação ao principal destino das exportações da piscicultura brasileira. Os Estados Unidos, com US$ 15,6 milhões, foram responsáveis por 90% do que o Brasil exportou de peixe no período. Na sequência, com U$ 438 mil (que representam 3% do total exportado), vem o Canadá. Por conta da relevância dos Estados Unidos como principal país que compra o peixe brasileiro, a anunciada taxação de 50% sobre produtos nacionais vendidos para os Estados Unidos preocupa.

“Caso esse aumento de taxação norte-americana se confirme, o segmento exportador da piscicultura brasileira deverá sentir fortemente os efeitos. A busca por novos mercados internacionais e a expansão da demanda nacional são algumas das ações que podem atenuar os efeitos”, contextualiza Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e autor do boletim periódico. 

Ele explica que, “no entanto, essa será uma tarefa árdua, pois o mercado norte-americano representa cerca de 90% das exportações da piscicultura e será muito difícil no curto prazo abrir novos mercados que venham a absorver o mesmo volume vendido aos Estados Unidos  - sobretudo considerando que as exportações de pescado brasileiro para a Europa continuam suspensas desde 2017”.

O pesquisador considera como destaque das exportações do segundo trimestre de 2025 o que ocorreu na categoria de filés congelados, uma das cinco acompanhadas. “O crescimento das exportações de filés congelados, que aumentaram 126% em peso comparado com o trimestre anterior, é um dado de destaque desse segundo trimestre. Isso demonstra que a gama de produtos exportados, ainda muito concentrada nos filés frescos, tem se diversificado e o Brasil começa a competir no grande mercado de pescados congelados nos Estados Unidos”, afirma. Manoel cita ainda que “outro fato relevante desse trimestre é que não houve importações de tilápia, apesar da possibilidade de venda desse produto pelo Vietnã para o mercado brasileiro”. (Embrapa/TO)