O advogado Juvenal Klayber Coelho, responsável pela defesa do governador do Tocantins afastado, Mauro Carlesse, chamou atenção na sessão extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira, 10, na Assembleia Legislativa (AL/TO) para que os deputados julguem o processo de impeachment com base em provas concretas. "E o que temos aqui de provas concretas? Nada! Nem o Ministério Público Federal tem e nem a Polícia Federal tem. Digo aqui e chamo a atenção de todos: onde estão as provas depois de cinco meses de investigação?", questionou.
Para o jurista, a abertura de um processo de impeachment "não é brincadeira". Segundo ele, até o momento "não se apareceu" denúncia em virtude do Plansaúde e a denúncia feita em relação à segurança pública está paralisada porque não foi dada à defesa o direito de acesso às provas dos autos. "Porque eles não têm também (as provas)", afirmou.
Sobre a possível interferência de Carlesse na Segurança Pública do Tocantins, Klayber indagou os parlamentares se "quem determina a saída de A para B, substituição, é o governador? Onde fica o secretário de Segurança Pública, que tem autonomia para tal? Aonde fica o superintendente da Polícia Civil? Onde fica o diretor da Polícia Civil que são pessoas que, na realidade, comandam a Segurança Pública?", questionou. Segundo ele "não há que se falar que foi o "governador que mandou. Porque não foi!", disse.
Da tribuna, Klayber ainda indagou se Carlesse será condenado mesmo estando na situação de investigado. "Vossas excelências estarão condenando uma pessoa que ainda está sendo investigado?", interrogou. Juvenal Klayber pediu aos parlamentares "a responsabilidade de julgar com imparcialmente, baseados em provas".
Milhões em Conta
Na oportunidade, o advogado Juvenal Klayber defendeu Carlesse em relação às afirmações de "grandes movimentações financeiras". Segundo ele, "Mauro Carlesse, desde quando foi candidato a deputado estadual, foi à Justiça Eleitoral e mostrou o patrimônio dele. Não sonegou nada! A informação é pública. É um homem que tinha mais de oitenta milhões em patrimônio. É um homem que disse a Justiça Eleitoral, já em 2012, em 2014, que tinha dois milhões e meio dentro de casa. Qual é o crime?", defendeu.
Na Tribuna
Klayber usou a tribuna da Casa após o advogado e autor do pedido de impeachment contra Carlesse, Evandro de Araújo de Melo Júnior.