Na tarde da última quinta-feira, 14, o Instituto indígena do Tocantins (INDTINS) acompanhou os representantes dos Povos Ãwa e Iny (Javaé e Karajá) na assinatura de um contrato inédito no Tocantins e que irá implantar o Projeto Ilha do Bananal+. O Projeto implementará o REDD+ (Redução de Emissões Resultantes do Desmatamento e da Degradação de Florestas), um mecanismo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas que recompensa financeiramente comunidades que preservam as florestas diminuindo a poluição e o avanço das mudanças climáticas.
Será a primeira vez que o mecanismo será implementado no Tocantins, e quem realizará a implantação é a empresa colombiana Biofix Consultoria. Foi ela que ainda em 2021 entrou em contato com a diretoria do Indtins. Desde então o Instituto trabalhou para consultar as comunidades indígenas sobre sua opinião em relação ao Projeto Narubia Werreria, presidente do Indtins comemora o resultado final:
“É um feito histórico para o Tocantins, o primeiro projeto REDD+ para um povo indígena, e nós do Indtins nos orgulhamos de termos trago o projeto com a Biofix e articulado junto aos povos da Ilha do Bananal! É uma oportunidade de protegermos a nossa Terra, florestas e rios e fortalecer os povos e suas organizações e projetos de futuro.”
Assinado o contrato os próximos passos são garantir a legitimidade do processo perante as organizações internacionais, realizar a certificação de carbono presente nas florestas do território indígena e ainda estruturar os projetos onde o recurso advindo do REDD+ será implementado.
Darci Javaé, cacique da aldeia São João, expõe a expectativa após a assinatura do contrato: “Nós estamos muito ansiosos para esse projeto, estamos sonhando muito com vários projetos”.
Depois do sucesso em conseguir consultar as comunidades indígenas e iniciar o Projeto de implementação do REDD+ o Indtins tem planos de repetir o processo com outras indígenas do Tocantins, de modo a garantir a proteção de seus territórios e de suas florestas.