O Estado do Tocantins, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), avança na recuperação e revitalização das Bacias Hidrográficas. Parte importante do trabalho está sendo realizada pelos membros dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos rios Manuel Alves e Santo Antônio e Santa Teresa, que realizam a coleta de sementes nativas do Cerrado nos municípios pertencentes às respectivas bacias. As sementes serão destinadas aos Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (Crad) de Gurupi, Natividade e Araguatins.
Os Crad são financiados com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FERH) e fazem parte do Programa de Revitalização das Bacias Hidrográficas do Tocantins, que tem como objetivo a produção de mudas nativas do Cerrado para recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APPs) como nascentes e matas ciliares que estão degradadas.
No total, o Tocantins investiu mais de R$ 1,4 milhão na instalação dos quatros Crad em Gurupi, Natividade, Araguatins e Palmas (em fase de implantação). Os centros atendem os cinco CBH’s instalados no Tocantins, sendo eles: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Formoso; Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Santo Antônio e Santa Tereza; Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Manuel Alves; Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Lontra e Corda; e Comitê da Bacia Hidrográfica do Lago de Palmas.
Em uma força-tarefa integrada, os comitês de bacia (CBH) têm papel importante dentro do programa de revitalização. Segundo o diretor de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Aldo Azevedo, é dos membros dos comitês a atribuição de recolher as sementes e direcioná-las aos Crad, que funcionam de forma multidisciplinar.
"Os Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas integram o Estado, a Semarh, os comitês de bacia hidrográfica, as prefeituras municipais, as instituições de ensino e empresas privadas em um único objetivo, recuperação das bacias hidrográficas. A Semarh financia a estrutura dos viveiros que são instalados nas unidades de ensino e os comitês ajudam na coleta das sementes da região da qual faz parte para a produção de mudas, além de se responsabilizarem também pelo mapeamento das áreas que recebem o plantio dessas mudas”, destaca o diretor Aldo Azevedo.
As sementes recolhidas são direcionadas aos Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (Foto: Divulgação)O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Manuel Alves, Mário Sena, explica que a coleta é feita de forma contínua e que, além das mudas serem utilizadas para revitalização das bacias, servem também para arborização dos municípios. “A coleta das sementes depende muito da espécie. Tem sementes que dão em um mês e outras em outro. Começamos o trabalho agora e já temos muitas espécies. Isso é muito bom, porque quando tivermos as mudas elas terão vários destinos, além do principal que é a recuperação das Áreas de Proteção Permanente”, ressalta o presidente, acrescentando ainda que “é um processo bonito e que sem dúvidas dará bons frutos”.
Integração
Com cultivo integrado, os viveiros unem pesquisa, tecnologia e inovação para revitalização das Bacias Hidrográficas do Estado. Com automatização e aprimoramentos em cada processo da produção de mudas, como o uso de tubetes recicláveis, tornando o plantio mais rápido e com menor custo operacional.
Financiado pela Semarh, o viveiro de Araguatins é mantido em convênio com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO), a prefeitura e o CBH dos Rios Lontra e Corda, e tem capacidade de produzir 100 mil mudas de espécies por ano.
Em Natividade, o viveiro operado em parceria com a prefeitura e a Escola Agrotécnica de Natividade, conta com o apoio do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Manuel Alves e também tem capacidade de produzir 100 mil mudas por ano.
O viveiro de Gurupi, que tem capacidade para produção de 200 mil mudas anualmente, está em funcionamento desde 2020, sendo mantido por meio de convênio com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), e parceria dos CBH’s do Rio Formoso, dos Rios Santo Antônio e Santa Teresa e a prefeitura.
Já o viveiro de Palmas, que está licitado, será instalado em convênio com a prefeitura, o CBH do Lago de Palmas e a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), com capacidade de produção anual de 100 mil mudas.