Muitas pessoas sabem, por experiência própria, por algum familiar ou amigo que, em estradas muito sinuosas ou em um avião com muita turbulência, é possível sentir náusea, tontura, suor frio e um extremo desconforto. Isto acontece devido a uma “confusão” na percepção de movimento, chamada de cinetose. O nome é complicado, mas o problema é bem comum.
“A cinetose aparece quando o indivíduo está em movimento, mas o sistema visual manda a informação para o cérebro que está parado. Por exemplo, ao ler um livro ou mexer no celular no banco de trás do carro, o labirinto percebe e envia sinais de movimento, mas os olhos não, gerando uma incompatibilidade de sistemas”, explica a otorrinolaringologista do Hcor, Dra. Juliana Anauate Alves de Aguiar.
A situação pode ser agravada quando há um componente emocional envolvido. “Eu já tive pacientes que criaram um pânico só de saber que poderiam ser submetidos a esse tipo de movimento. Eles passaram mal em viagens e nunca mais quiseram ir, mas devido a quadros de ansiedade associados”, conta.
Quem tem cinetose também pode apresentar dificuldades com o uso de novas tecnologias. “Alguns jogos de videogame e a realidade virtual também causam um conflito sensorial que geram mal-estar e se tornam incompatíveis para a diversão ou até mesmo o trabalho”, revela.
É possível tratar esse “conflito” e ter mais qualidade de vida, viajando com tranquilidade e se divertindo sem preocupações. “Às vezes, o tratamento envolve não só a reabilitação vestibular e os medicamentos para sedar o labirinto, mas também remédios para tratar a ansiedade e terapia”, finaliza. (Ascom Hcor)