Os avanços da inteligência artificial ao redor do mundo têm aparecido frequentemente nas manchetes. Enquanto super potências como Estados Unidos e China lideram a tecnologia, o resto mundo busca acompanhar a evolução. Empresas e organizações correm para fazer o melhor uso da ferramenta, enquanto os governos buscam regulamentar seu desenvolvimento e utilização. No Brasil, o cenário não é diferente.
Cenário Nacional
As pesquisas sobre inteligência artificial estão a todo vapor no País. O Brasil é um dos 20 países do mundo que mais publica artigos científicos sobre o assunto. A colaboração entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros também vem aumentando nos últimos anos. No âmbito legislativo, uma proposta de regulamentação da tecnologia foi aprovada no Senado no final de 2024 e segue agora para a Câmara.
O marco regulatório proposto pelo Senado prevê, dentre outras coisas, a proteção dos direitos autorais de artistas e criadores de conteúdo. No entanto, a oposição conseguiu garantir que os algoritmos de redes sociais não fossem incluídos na categoria de sistemas de alto risco.
A proposta define diferentes níveis de risco para a aplicabilidade da tecnologia e regras para cada caso. Mesmo os sistemas de baixo risco, como tradutores e assistentes virtuais estão sujeitos à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), para garantir a privacidade dos usuários. Por outro lado, sistemas de alto risco incluem automação de serviços de saúde, abastecimento de água e luz e segurança. Estes devem passar por um estudo de impacto algorítmico antes de entrarem em utilização.
Inteligência Artificial e Entretenimento
Ferramentas de IA já estão por toda a parte, mesmo sem um marco regulatório. Elas estão presentes nos atendimentos automatizados, nos algoritmos de sugestão de conteúdo e também num dos slots mais jogados, o jogo do tigrinho. Sem dúvida, o potencial dessa tecnologia na indústria do entretenimento é enorme.
Os algoritmos de sugestão, sucesso absoluto nas plataformas de streaming e redes sociais, mudaram completamente a experiência do usuário. No entanto, ao menos no que se refere às plataformas de streaming, a ferramenta ainda pode ser bastante aprimorada. Estudos apontam que os usuários levam em média 18 minutos para escolher um filme na Netflix, por exemplo.
Investimento Governamental e Privado
Em julho do ano passado, o Governo Federal anunciou investimentos de R$ 23 bilhões no desenvolvimento de IA até 2028. Os investimentos serão destinados para a aplicação da tecnologia em setores estratégicos, como agricultura, meio ambiente, educação, saúde pública.
O projeto prevê ainda que R$ 5 bilhões serão destinados a sistemas de infraestrutura para o desenvolvimento de IA, enquanto R$ 14 bilhões deverão fomentar a inovação empresarial. Sem dúvidas, não faltam motivos para investir nesta tecnologia, que já está sendo abraçada também pela iniciativa privada.
Motivos Para Investir
Uma pesquisa realizada pela IT Forum Inteligência, do ano passado, aponta que 80% das empresas brasileiras já investem ou vão começar a investir nos 12 meses seguintes. Ou seja, os investimentos devem aumentar ainda mais este ano. Segundo o Ministério de Ciência e Tecnologia, o Brasil deve aproveitar os avanços da chinesa Deep Seek para desenvolver os próprios modelos.
O principal objetivo do governo é utilizar a IA para a criação de tecnologias sustentáveis e que promovam o bem-estar social. A IA também é uma ferramenta fundamental para o fortalecimento da segurança cibernética. Já as empresas pretendem otimizar a produção, cortar gastos e aumentar a segurança no trabalho.
Seja como for, o potencial da inteligência artificial é imenso em qualquer frente de atuação. Seu desenvolvimento e utilização já não são mais uma questão de vantagem competitiva, mas sim de sobrevivência em um mundo cada vez mais digitalizado. O volume de investimentos globais em IA deve ultrapassar USD 1 trilhão nos próximos dois anos. Não é à toa que governo e empresas correm para acompanhar o resto do mundo.